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Teatro

Prêmio Shell 2023 faz história em premiar pela primeira vez uma atriz trans

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Por Vanessa R Ricardo

Um dos maiores eventos de premiação do teatro brasileiro, voltou a acontecer após dois anos de interrupção por causa da pandemia da Covid-19. Na última terça-feira, 21, o Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro, recebeu o 33º Prêmio Shell de Teatro.

Entre as novidades da edição de 2023, foram as premiações voltadas para as companhias de teatro de São Paulo. Nesta edição, espetáculos dos últimos dois anos que circularam no Rio de Janeiro e São Paulo, estavam entre os indicados.

A edição de 2023, fez história, já que pela primeira vez uma artista trans, levou a premiação de melhor atriz, pelo júri de São Paulo. Verónica Valentinno, levou o troféu pela atuação em “Brenda Lee e o palácio das princesas”. Em seu discurso, ela ressaltou o sentimento e a importância de receber o prêmio. “Em 33 anos desta premiação nenhum corpo como o meu subiu neste palco. Então é uma honra emprestar minha arte”, comentou a atriz.

Pelo júri do Rio de Janeiro, Vera Holtz levou o prêmio de melhor atriz pelo monólogo Ficções. Espetáculo inspirado no best-seller Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, de Yuval Noah Harari e que marcou a volta de Holtz aos palcos.

O Prêmio Shell de 2023, também homenageou duas das atrizes mais importantes do teatro brasileiro, Leá Garcia, que este ano completa 90 anos de idade e que é expoente do Teatro Experimental do Negro. E Teuda Bara, uma das fundadoras do Grupo Galpão.

Na edição desde ano não houve um único grande vencedor. A única peça a ganhar mais de um prêmio foi Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos, onde Dione Carlos levou prêmio de melhor dramaturgia e o quarteto Alisson Amador, Amanda Abá, Denise Oliveira e Jennifer Cardoso levaram o de melhor música.

No júri do Rio de Janeiro, a Cia Brasileira, com sede em Curitiba, levou o prêmio de melhor dramaturgia para Marcio de Abreu e Nadja Naira do espetáculo Sem Palavras.

Confira a lista completa dos premiados:

RIO DE JANEIRO

Dramaturgia – Marcio Abreu e Nadja Naira por Sem Palavras

Direção – Renata Tavares por Nem Todo Filho Vinga

Ator – Cridemar Aquino por Joãosinho e Laíla: Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia

Atriz – Vera Holtz por Ficções

Cenário – André Curti e Artur Luanda Ribeiro por Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes

Figurino – Wanderley Gomes por Vozes Negras: A Força do Canto Feminino

Iluminação – Alexandre O. Gomes por A Jornada de Um Herói

Música – Itamar Assiere pela direção musical de Morte e Vida Severina

Energia Que Vem da Gente – “Cia de Mystérios e Novidades”, por fomentar há 40 anos um teatro marcado pela diversidade e multiplicidade e, mais recentemente, por ter criado sua Escola Sem Paredes, um complexo de espetáculos, performances, cortejos, intervenções urbanas, exposições, aulas, seminários, oficinas e atividades socioculturais fundamentais para a ocupação do território da zona portuária do Rio de Janeiro e para o enriquecimento do calendário cultural da cidade.

SÃO PAULO

Dramaturgia – Dione Carlos por Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos

Direção – Ruy Cortez e Marina Nogaeva Tenório por A Semente de Romã e As Três Irmãs

Ator – Clayton Nascimento por Macacos

Atriz – Verônica Valenttino por Brenda Lee e o Palácio das Princesas

Cenário – Bira Nogueira por Meu Reino Por Um Cavalo

Figurino – João Pimenta por F.E.T.O (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)

Iluminação – Cesar Pivetti por Brilho Eterno

Música – Alisson Amador, Amanda Abá, Denise Oliveira e Jennifer Cardoso pela execução musical em Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalo

Energia Que Vem da Gente – Coletivo 302”, pela valorização da ancestralidade em Cubatão, na baixada santista, refletindo sobre a herança socioambiental da época em que era a cidade mais poluída do mundo, expressa de maneira contundente no espetáculo Vila Parisi.

 

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