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Teatro

Festival de Curitiba, um festival para todos?

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Por Vanessa R Ricardo

Para quem não sabe, há algum tempo o Festival de Curitiba, um dos maiores eventos da América Latina dedicado às artes cênicas, utiliza o slogan “Um Festival Para Todos”. Mas se não fosse pelo Fringe, a maior mostra do festival, com valores acessíveis, o Festival de Curitiba seria para todos?

A 32ª edição que acontece entre os dias 25 de março a 07 de abril, vai reunir em Curitiba cerca de 300 atrações. O Fringe, mostra que não passa por curadoria, terá cerca de 285 espetáculos, sendo 38 peças de rua, com artistas de 12 diferentes estados brasileiros e países da América Latina.

Em 2024, a Mostra Lucia Camargo conta com 22 espetáculos, selecionados através da curadoria realizada por Giovana Soar, Daniele Sampaio e Patrick Pessoa. São os espetáculos da mostra “oficial” que tem grande visibilidade na imprensa local e nacional e os ingressos estão sendo vendidos à R$85 a inteira e R$42,50 a meia. Mesmo a produção justificando que o ingresso não teve alteração por alguns anos, é um valor que todos podem pagar? E sem falar na bilheteria, que este ano está mais distante, o que dificulta o deslocamento.

Mateus Rettamozo, morador de Curitiba, disse que este ano só pretende comprar dois ingressos na Mostra Lucia Camargo. “É caríssimo, levando em conta que o festival é financiado por lei de incentivo à cultura. Não entendo o que justifica esses valores, a ver pela Oficina de Música, que acabou de acontecer, e que possui uma programação riquíssima com preços muito mais coerentes com um festival com financiamento público”, comentou Mateus.

O Festival de Curitiba, é produzido pela Parnax, sendo que em 2018 foi a oitava maior captadora de recursos via Lei Rouanet do Brasil. Na edição de 2023, o Festival de Curitiba captou através da lei de incentivo à cultura cerca de R$3 milhões.

Questionada pela reportagem, a assessoria de imprensa do festival falou que o evento é pensado e criado para abraçar todos os públicos. “Em 2024, o festival apresenta 105 peças de graça e 55 no sistema Pague Quanto Vale, dentro das mais de 300 atrações. Ou seja, quase 50% da programação desde ano é gratuita e acessível. O festival estava com os mesmos valores de ingressos há muitos anos e o reajuste se fez necessário pelo crescimento dos custos. Vale lembrar também que o valor ainda assim é baixo comparado com outros projetos equivalentes no país.  O Festival de Curitiba também faz questão de manter dezenas de descontos especiais disponíveis, como por exemplo, para artistas e estudantes de teatro, que pagam R$ 40 a inteira e R$ 20 a meia (já com a taxa).”.

Entre as novidades desta edição, está a Mostra Surda de Teatro, que acontecerá no TUC (Teatro Universitário de Curitiba),  com entrada gratuita, que vai receber os espetáculos “Sede de Vingança”, do Recife – PE; “Dois Perdidos: A Língua Não Dita Numa Relação”, de São Carlos – SP; “Surdo, Logo Existo”, de Curitiba – PR; e as comédias “UFC União Força da Comédia: Mimico Putz x Palhaço Surddy”, de Macapá – AP e Recife – PE e “Um Perfume Pra te Conquistar”, de Florianópolis – SC. Além dos espetáculos experimentais curitibanos “Espaços” e “Visualinguas”.

No Guritiba, a programação infantil do festival, traz para o Teatro Bom Jesus, o espetáculo premiado Itan e Tal, do Grupo Baquetá, que conta a história da menina Nati, que cria o jogo chamado “o mundo invertido das palavras”, e que vai em busca de sua história e suas origens. No mesmo palco, acontece a apresentação do também premiado “Valentim Valentino”.

Para conferir a programação completa acesse o site www.festivaldecuritiba.com.br

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