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Literatura

Cinco autores indígenas para conhecer

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Por Gaby Lara

Infelizmente a literatura indígena ainda é pouco valorizada, principalmente no mercado editorial. No Brasil desde 2008, por força de lei federal, é obrigatório o ensino da história e da cultura dos povos originários brasileiros na Educação Básica. No entanto, grande parte da produção desse material ainda é realizado por pessoas não indígenas. E isso ocorre, mesmo o Brasil sendo um dos países com mais escritores indígenas, de diferentes etnias. Neste Dia 19 de abril, comemoração aos Povos Originários, trouxe cinco autores que você precisa conhecer.

Daniel Munduruku

 

Daniel tem 59 anos e é escritor, professor e psicólogo. Ele é autor de 52 obras, a maioria lista como literatura infanto-juvenil. Engajado no movimento indígena, ele é diretor-presidente do Instituto Uk’a – Casa dos Saberes Ancestrais e membro da Academia de Letras de Lorena. Por obras como, O Banquete dos Deuses – conversa sobre a origem e a cultura brasileira e Contos Indígenas Brasileiros, Daniel recebeu a Comenda do mérito cultural por duas vezes, além do Prêmio Jabuti, da Academia Brasileira de Letras.

 

 

Olívio Jekupé

Escritor de literatura infantil, Olívio Jekupé, 57, é um dos mais renomados e representativos escritores da cultura indígena. Apesar de ter estudado e trabalhado em São Paulo e no Paraná, Olívio mora na aldeia Krukutu, em Parelheiros-SP. Ele é membro do Núcleo de Escritores e Artistas indígenas (Nearin) e um dos fundadores da Associação Guarani Nhe’en Porã. Duas de suas obras mais conhecidas, ‘Ajuda do Saci’ e ‘A mulher que virou Uratau’ foram publicadas em português e em Guarani. Além destas, Olívio é autor de: ‘As queixadas e outros contos guaranis’, entre outras obras.

 

Ailton Krenak

Ailton Krenak, 69 anos, é líder indígena, escritor, jornalista e produtor gráfico. Atualmente, trabalha na causa indígena desde 1980 e é fundador da ONG Núcleo de Cultura Indígena, sendo uma importante voz do povo indígena ao discursar na Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou a atual Constituição Federal brasileira. Entre suas obras: Ideias para adiar o fim do mundo, e O amanhã não está à venda.

 

 

Aline Rochedo Pachamama

Mulher originária do Povo Puri da Mantiqueira. Historiadora, escritora e ilustradora. Doutora em História Cultural pela UFRRJ. Pela Pachamama Editora, elabora e executa ações em prol da valorização e preservação de Línguas dos Povos Originários, bem como divulgação de suas Culturas a partir da História Oral e Memória, principalmente, de mulheres e anciãs. Em julho de 2016, lançou o projeto de “Reparação Linguística, Histórica e Cultural”, publicando os primeiros livros bilíngues e polilíngues de originários. Autora de uma série de livros na área de Culturas e Diversidade, dentre eles, o projeto literário “Mulheres Indígenas em Contexto Urbano – aprovado pela Lei de Incentivo SEC-RJ- Mitã Yakã Pyguá (2017), que culminou com a publicação do livro “Guerreiras – Mulheres indígenas na cidade, mulheres indígenas na aldeia” e do livro infanto-juvenil polilíngue “Taynôh”. Em 2019, recebeu menção honrosa como uma das dez mulheres cientistas brasileiras pela FAPEMIG- Minas Faz Ciências, sendo ela a única da área de Humanas.

Auritha Tabajara

Nascida e criada no Ceará, foi casada, mas o casamento acabou não dando certo, então decidiu ir embora para São Paulo em 2009. Com rascunhos debaixo do braço e a vontade permanente de contar sua história. Antes disso, porém, já conseguiu o primeiro feito: publicar o livro Magistério Indígena em Versos e Poesia (2007) e vê-lo adotado como leitura obrigatória nas escolas públicas pela Secretaria da Educação do Ceará.

Na capital Paulista, enfrentou a dura face da xenofobia e do racismo. Nos dez anos que lá viveu – retornou a Ipueiras-CE em junho de 2020, por conta da pandemia – nunca trabalhou registrada, pois sempre era reprovada nas entrevistas após a auto apresentação. A técnica do cordel, Auritha já dominava. Era a vez de lidar com outros dois preconceitos: o machismo de um meio literário ainda dominado por homens, e a homofobia, pois também nesse período assumiu-se lésbica. Em 2018, a cordelista realizou finalmente o sonho de infância. Publicou o livro autobiográfico Coração na Aldeia, pés no mundo (2018), via selo U’KA Editorial, pertencente ao escritor indígena Daniel Munduruku.

Fontes: UNG, Escrita Selvagem, Maracá Livraria, Arte!Brasileiros

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