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Cia Sei Lá O Que de Teatro traz um bom teatro físico sem cair na mesmice da corporeidade cênica

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Por Igor Horbach

O Fringe está acontecendo com força total no Festival de Curitiba e com ele a mostra de Rua. Um dos espetáculos que se apresentou esse ano foi PÃO da cia Sei Lá O Que, diretamente do Rio de Janeiro. Embora uma peça rápida de aproximadamente 30 minutos e adaptada para o estilo rua, a corporeidade cênica do ator merece destaque. 

A peça é um solo que conta estórias através da História. O ator Tiago Rener pretende retratar um pouco do contexto histórico do mundo e entreter o espectador com uma linguagem coloquial e o uso do teatro físico. Desde o início, o ator propõe um jogo cênico com o público que, também, faz parte da história, como consta a sinopse do espetáculo. 

Rener se propõe a um desafio dos mais complexos ao trazer o teatro físico para a rua em um texto majoritariamente infantil. Através da aglutinação de várias histórias entre elas mitológicas, reais e contos de fadas, o ator vai construindo a narrativa atualizada com os tempos de hoje a ponto de brincar com elementos do presente, como o tiktok. 

A cada novo personagem, vamos descamando o corpo do ator com um novo formato o qual é capaz de fazer. Vozes são incorporadas a cada novo corpo que nos surge de acordo com o texto e que passa a brincar com o público de forma tão natural que o mundo externo ao nosso redor congela. 

Sem uso de cenário, acessórios ou outro elemento técnico, apenas com o próprio corpo, o ator traz ao comum, ao normal o teatro físico que muitas vezes permanece no âmbito do teatro “difícil” de ser compreendido. Além do texto, o próprio corpo ali presente conversa com a plateia que algumas vezes chega a fazer parte do jogo cênico de forma direta.

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