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Teatro

Espetáculo “A Luta” para ser visto antropologicamente

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Por Leonardo Talarico Marins

O espetáculo, objeto da escrita, possui uma concepção de atirar o ator na frente do texto, no espectro da “performance”, sobressaltando a história contada.

O que é visto, por vezes, impede escutar o que é dito. E não se trata de limitação da plateia. É da natureza humana estacionar no belo, na estética da execução.

As possibilidades físicas e vocais do ator Amaury Lorenzo são inegáveis.

Entretanto, para mim, e se trata apenas de mera opinião, a “contação da história” resta um tanto comprometida pelo fato da interpretação alijar um pouco o esclarecimento.

Você resta admirado e o texto fica em segundo plano.

Por outro lado, é lindo de se assistir a capacidade do ator, suas diversas qualidades, estar dominante em um monstruoso palco vazio.

Trata-se da verdadeira antropologia Teatral.

Amaury só conta com a luz, a plateia e Deus (qualquer que seja Ele).

Não há mínimo elemento para trazer suporte à sua interpretação. Nenhuma bengala, nenhum lixo cênico.

É o ator no exercício simbólico máximo da sua arte.

Amir Haddad diz que o ofício do Diretor surgiu com a desistência do ator. No caso em tela, todo palco do Teatro Fashion Mall é ocupado por um homem e a esperança de que o Teatro, com todos os auxílios possíveis dos demais saberes, retorne à sua origem, a arte do Ator.

A luz do espetáculo auxilia na acentuação e deslocamento dos pontos dramáticos, e como o escritor Artur da Távola descrevia, produz um indisfarçável clima.

No caso, ele, Távola, poeticamente, “lecionava” que a beleza da mulher era o seu clima. Podemos carregar de empréstimo a linda sabedoria.

E Teatro é substantivo (e “verbo” sic) feminino.

Artur sempre esteve certo!

Espetáculo para ser visto antropologicamente.

 

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