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Teatro

Precisamos falar sobre premiação…

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Por Leonardo Talarico Marins

Poucos dias atrás, revelaram os nomes dos espetáculos e profissionais na disputa de um dos principais prêmios teatrais no Rio de Janeiro. Momento seguinte, silêncio. Momento posterior, gritaria “baixa” pelos cantos. Desde logo, imperioso destacar, não possuo interesse direto na discussão, haja vista não ter encenado em 2023. Trago à baila a questão porque já é o terceiro estado brasileiro no qual ouço os mesmos ou semelhantes argumentos. Logo, há dois caminhos: seguir silente para não incomodar o status quo da classe dominante ou caminhar – democraticamente – em ponderações. Óbvio que o silêncio não é opção. Diante de tantas ponderações nos últimos dias, está na hora da matéria ser tratada com o devido acolhimento dos questionamentos dos profissionais envolvidos. E não me refiro ao critério subjetivo das escolhas, algo a princípio imponderável, a despeito do ser humano médio mitigar essa possibilidade do gostei porque gostei. Até na subjetividade existe uma lógica social. Desejo aqui trazer ponderações (e não respostas) sobre o tema. Será que os critérios utilizados pelas associações teatrais estão realmente claros e assertivos? O relacionamento interpessoal, de alguma forma, resulta peso na escolha? Se os jurados podem julgar sem assistir a todos os espetáculos,  nomenclaturar o prêmio como melhor espetáculo do ano é correto ou deveria ser o melhor espetáculo visto do ano? Como determinar o melhor aluno da sala de aula se nem todos puderam realizar a prova? No caso em tela, serem vistos pelo “professor”. Ser sócio é realmente elemento relevante à qualificação de uma obra ou profissional? Sabemos que a sociedade é “estruturada” em diversos pontos de desequilíbrio. A classe artística está realmente atenta a essa questão social ou não? O poder está em jogo? Existe atenção à representatividade? Ou seja, a atenção aos segmentos teatrais sociais está correta ou estamos já inclinados a recorrer às linguagens teatrais comezinhas? Estamos imunes? Somos justos? Honestos intelectualmente? Nosso gosto deve prevalecer ou há elementos técnicos explícitos na escolha? Enfim, não detenho mínima resposta às perguntas apresentadas, mas entendo necessário que as mesmas saiam dos becos amedrontados e venham à mesa para discussão.

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