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Teatro

O Teatro na formação de plateia

Publicado

em

por Leonardo Talarico Marins

Não há dúvidas de que o mundo contemporâneo restringiu o acesso do público ao Teatro. Se analisarmos o estudo realizado sobre a impossibilidade de um adolescente tolerar assistir a um filme quando exposto a um famoso aplicativo de vídeos, entenderemos os efeitos causados nas artes cênicas, onde se exige o “encontro”. Entretanto, mundo a fora, a despeito da modernidade, o Teatro continua com o seu valor posto. E isso está diretamente ligado a correta e contínua formação de Plateia.

Durante muitos anos entendemos no Brasil, como formação de Plateia, o acesso gratuito ao Teatro. Tal iniciativa, atrelada a péssima qualidade de vários espetáculos, afastou as pessoas da arte cênica. O público também detém responsabilidade, pois, de forma escapista, busca o evento cômico e musical para o mero entretenimento, não se permitindo investidas mais profundas. Tudo para evitar mínimo contato com a dor. Os próprios comediantes informam ter por objetivo, naquela hora de apresentação, despistar o público das mazelas existentes porta fora, quando, em verdade, o Teatro tem por escopo o contato com essas “dores”, em prol da evidência e da transformação, assim como, por exemplo, opera a filosofia.

A redução intelectual de uma nação afeta os lugares sagrados, litúrgicos, e o Teatro sofre com esse movimento hodierno. Bem verdade que começam a surgir espetáculos mais verticais em pesquisa, em provável retomada da importância Teatral na formação humana. Mas ainda percebo incipiente se compararmos aos demais eventos realizados no espaço cênico. Mas há esperança. E nesse momento precisamos compreender o que podemos fazer para exponenciar novamente nossa audiência. Qual a nossa responsabilidade e intenções práticas, sem pensarmos imediatamente em governos e subsídios? É preciso inserir, por exemplo, na educação brasileira a compreensão cultural das matérias primas responsáveis pela nossa identidade, e o Teatro nacional é extraordinário quando a serviço da sua instalação na realidade. Portanto, é hora de agir. Não podemos depender das diretrizes estatais para sobreviver. É chegado o momento de alcançarmos autonomia. Parece utópico, e talvez o seja. Mas sem determinados sonhos não retornaremos à nossa importância fundante. O Teatro possui uma das mais relevantes funções sociais e não pode abrir mão desse mister por interesses espúrios dos governos e da própria classe.

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