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Texto dramatúrgico Sortilégio de Abdias Nascimento, ganha nova edição
Vanessa R Ricardo
Desde que comecei a estudar dramaturgia me apaixonei pela história de Abdias Nascimento, ator, poeta, escritor, artista plástico, dramaturgo, professor, político e ativista dos direitos civis e humanos da população negra brasileira. Abdias, falecido em 2011, deixou um grande legado para a cultura brasileira, mas é uma pena que seu nome não seja tão lembrado. E isso tem haver com o apagamento da história da população negra no Brasil.
Abdias Nascimento fundou em 1944 o Teatro Experimental do Negro, no Rio de Janeiro, a companhia foi a primeira entidade do país a ligar a luta pelos direitos civis a dos direitos humanos dos negros, também trazia a valorização da herança cultural africana. Foi através da entidade, que o dramaturgo denunciou a segregação no teatro da época, onde atores brancos se pintavam de negro.
O TEN além do teatro, oferecia cursos de alfabetização e cultura em geral, a empregados domésticos, operários e desempregados e foi responsável por formar a primeira geração de atrizes e atores negros no país. A história de Abdias é tão incrível que essas linhas são poucas para descrever tudo o que ele fez pela cultura e pela população negra brasileira.
Em 1959 Abdias Nascimento, lançou o texto Sortilégio, montado no mesmo ano, e tinha no elenco a atriz Léa Garcia, na época com 18 anos. E na próxima quarta-feira o texto Sortilégio, ganha uma nova edição, o evento acontecerá no Terreiro Contemporâneo, no Rio de Janeiro às 19h.
No evento serão exibidos vídeos do autor que fazem parte do acervo do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-brasileiros (IPEAFRO), que tem como diretora e fundadora a esposa de Abdias, Elisa Larkin Nascimento, que também lançará o livro Abdias Nascimento, a Luta na Política. A obra aborda a relação de Abdias Nascimento com o ativismo político.
O evento também contará com leituras dramáticas e com a participação de nomes de referência do teatro negro, como: Ana Paula Black, Ângelo Flávio, Cridemar Aquino, Heloísa Jorge, Mônica Nêga, Reinaldo Júnior e Wilson Rabelo.