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Fora de Cena Continuo Fazendo Arte com Fabiana Ferreira e sua Granolaria

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Por Vanessa Ricetti Ricardo

O governo do estado anunciou esse mês que começará a cadastrar os artistas para receber o auxílio referente à aprovação da Lei Aldir Blanc, que prevê auxilio de 600 reais por três meses. Após cinco meses que pandemia chegou ao Paraná, até agora artistas paranaenses não tiveram nenhum tipo de ajuda financeira. Toda coluna que escrevo faço questão de reafirmar, que a classe artística foi a primeira a parar e provavelmente será a ultima a retornar com seus trabalhos. As contas, as despesas não pararam com a pandemia, e muitos deles tiveram que se reinventar.

A coluna Fora de Cena Continuo Fazendo Arte, dessa semana é com atriz, produtora cultural, musicista, acrobata e diretora teatral, Fabiana Ferreira. Que desde muito pequena já queria ser artista. Dos nove aos 14 anos estudou música no conservatório de Uberlândia, Minas Gerais. Aos 22 anos começou a fazer teatro e virou sua paixão. “Comecei minha formação artística  em música e dança, ainda na minha cidade, passei pela formação técnica em dança clássica e moderna e conscientização corporal. Trabalhei com diversos coreógrafos, dentre eles Rodrigo Pederneiras (Grupo Corpo – BH), Armando Duarte (Grupo Cisne Negro – SP) e Deferson Melo (Grupo da UFU – MG), sendo premiada no Festival de Dança do Triângulo Mineiro (1988) e Festival de Dança de Joinville (1989”, comentou Fabiana.

Já em Curitiba participou do Grupo de Dança da UFPR como bailarina e coreógrafa. Em 1990 passou a se dedicar ao teatro, concluindo em 1994 o curso superior de Artes Cênicas na PUC PR. “desde então venho atuando como atriz, produtora cultural, arte educadora, coreógrafa, assistente de direção e preparadora corporal em diversas montagens teatrais e cinematográficas, com destaque para Speedy Eu Te Amo (1994), que levou o troféu Gralha Azul de Atriz Revelação. Mulheres de Lorca (1996), com troféu Gralha Azul de melhor atriz. Sonho de Uma Noite de Verão – Projeto Shakespeare para crianças (2002), que recebeu seis troféus gralha azul, incluindo o de Melhor Espetáculo. O Olhar de Neuza (2013), que levou cinco estatuetas Gralha, incluindo de melhor espetáculo e de melhor atriz. Jardim – Um Solo Poético para Crianças (2016), com quatro indicações ao prêmio paranaense e o espetáculo Kaza de 2018. Na produção audiovisual destaca-se o longa metragem Rebanho – O processo de 2008”, relembrou a atriz.

Com sua forte ligação com a música em 2018 passou a integrar a banda de música autoral Nave Drassa, como cantora, musicista e performer. “Sempre tive uma relação muito forte com a música.Com quatro ou cinco anos na sala de casa vendo o programa do Chacrinha com a família, vi Gilberto Gil cantando a música Refazenda, é uma música que eu gosto muito e até o hoje todas as vezes que a ouço me emociona bastante, pois ela me leva aquele tempo. Eu fiquei olhando aquilo, e me emocionou e foi a primeira vez que eu chorei de emoção e pensei, que quando eu for grande é isso que eu quero ser”, lembrou a artista.

Falar da artista Fabiana Ferreira é falar da arte em Curitiba, do Paraná. Ela é sócia fundadora e diretora administrativa da Cia do Abração – Espaço de Arte e Cultura entre os anos de 2001 a 2014, que é um espaço destinado à pesquisa e ensino de teatro e dança, além das produções de espetáculos em especial voltados ao público infantil. Fundou em 2004 a Tecer teatro – Arte e Cultura, criada para fomentar o teatro, a dança e música. Em 2019 realizou 80 apresentações teatrais através da Tecer, com o projeto A Casa, viabilizado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, além de temporadas em várias cidades, dos espetáculos Jardim e Casa.

Apesar de 2020 ser um ano mais tranqüilo para artista em relação a trabalho, com o chegada da pandemia projetos tiveram que ser cancelados. “2020 já seria mais tranquilo, pois não tínhamos nenhum projeto pronto pra ser realizado, apenas em fase de captação. Tínhamos algumas apresentações agendas para  março e abril e também um festival que seria realizado dia 22 de março. Tudo cancelado. Continuo escrevendo vários projetos, pra leis de incentivo e pra os poucos editais que abriram essa ano, mas só edital com valor muito baixo. Estava retomando minha carreira de atriz de cinema e de publicidade, esses eram meus planos, continuar com os projetos e investir mais como atriz trabalhando para outras produtoras”, comentou Fabiana.

Esses dias pandêmicos não tem sido fáceis para ninguém, nossa rotina, a forma de como lidamos com o próximo se alterou de uma maneira que jamais imaginamos. “O que tem sido mais difícil nesse período é lidar com a incerteza e também com tanta tristeza pela morte de tanta gente, das pessoas passando por necessidade, tanta injustiça desse desgoverno”, desabafou.

E por causa dessa incerteza Fabiana e sua filha Helena, decidiram abrir de fato a Granolaria. “Já era uma ideia antiga da minha filha. Ela sempre se preocupou com a nossa situação financeira instável e de artista que está sempre na corda bamba. Aí como a pandemia sobrou tempo de tocar a granolaria. Neste momento eu resido em duas cidades: em Curitiba e em São Francisco do Sul/SC, meu companheiro é daqui de São Chico e fico pra lá e pra cá. O Endereço da granolaria é o da nossa casa de Curitiba. Minha filha Helena é minha sócia, ela é designer e trabalha numa empresa dessa área. No início da pandemia ela já começou a trabalhar no sistema de home office e com carga horária reduzida, sobrou tempo pra granolaria. Agora ela já está fazendo horário normal de trabalho, 8 horas por dia e mais a granolaria. . Ela cuida das entregas de Curitiba e eu das entregas em São Chico. Nós produzimos e entregamos as granolas. Aqui na quinta feira, em Curitiba aos sábados. O cliente recebe a granola fresquinha. As vendas são feitas apenas pela internet”, finalizou.

Para saber mais sobre a Granolaria é só acessar as redes sociais instagram.com/granolaria_  https://www.facebook.com/granolaria/ os pedidos podem ser realizados através do whatsApp (41) 99187-9369

Toda coluna terminarei com essa pergunta. Uma maneira de mostrar a importância da arte para o artista e para as nossas vidas .

JaC-O que a arte representa na sua vida?

FF-Desde que me entendo por gente sou artista, fiz da arte minha profissão mas antes de tudo ela é meu lugar de fala, através dela posso expressar o que vai por dentro, minha indignação e revolta com tanta injustiça, meu amor e esperança por tempos melhores, através da arte me reinvento a cada dia.

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