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Programação do Verão Maior Paraná sem mulheres na programação
Artistas paranaenses também ficaram de fora do evento promovido pelo Governo do Estado
por Vanessa R Ricardo
Não é de agora que o governo do estado vem priorizando artistas nacionais, principalmente nos grandes eventos. Na semana passada a programação de shows que farão parte da programação do Verão Maior Paraná, temporada 2025, foi divulgada através de uma apresentação com 600 drones. Na grandiosa apresentação que aconteceu no Centro Cívico em Curitiba, nomes como Jota Quest, Michel Teló, Péricles, Sorriso Maroto e Titãs foram divulgados.
Para minha surpresa nada de novo, se compararmos com a programação da temporada 2024, fica ainda pior. No começo do ano, no mês de fevereiro, divulguei um vídeo no perfil das redes sociais do Jornal A Cena, falando da pouca contratação de artistas mulheres. Na temporada passada do Verão Maior Paraná dos 27 artistas contratados, apenas duas eram mulheres, Simone Mendes e Yasmin Santos. E para minha surpresa ou não, descobri que em 2025, dos 33 artistas contratados, todos são homens. Até questionei no perfil do Verão Maior, a falta de representatividade feminina, é claro não tive nenhuma resposta.
Mas outra questão que devemos pontuar é a falta de participação de artistas paranaenses, que infelizmente também não é uma surpresa, já que o governo do estado não tem um bom relacionamento com a classe artística, e parece que não faz questão de dialogar. Grande parte da justificativa para grandes eventos e a contratação de artistas nacionais, é sempre o fortalecimento do turismo e economia local, mas falta por parte dos organizadores pensar também no enaltecimento da cultura produzida no estado. Até porque, os milhões que serão pagos aos artistas fora do estado vem da contribuição de impostos pagos pelos moradores do estado. Nada mais justo que parte desse valor seja pago aos artistas que levam o nome do Paraná, Brasil afora.
O governo se apequena cada vez mais, não justificando o slogan do projeto, Verão Maior Paraná. Que se torna pequeno, apesar do gordo orçamento, pela falta em mais um ano de representatividade feminina e dos artistas paranaenses na programação.