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Reflex(ação)

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Videoarte online “IRETI”, da Cia. do Despejo - Foto: Duda Viana

 

por Bianca Nascimento

Eu sempre costumo dizer que a arte é um retrato da vida. E é por isso, que as pessoas que a recebem,  sentem, se identificam, vibram, ficam felizes, com raiva, ou tantos outros sentimentos. É porque, simplesmente, se enxergam ali. E é por isso que acredito na arte também como transformador social.

Por meio dela, o artista toca, de diferentes formas, em temas e pontos que ainda incomodam, e que ainda precisam ser tratados na sociedade. Por isso, hoje quero fazer um convite a todos os leitores, para que não vejam a arte como puro entretenimento. Ela é libertadora, faz pensar, educa, ensina.  

Carolina Virgüez  em “Vozes do Silêncio”  – Foto: Fábio Ferreira

Um desses temas que merece a reflexão é a visibilidade e a voz das mulheres na sociedade, que ainda as calam. Nesse sentido,  “Vozes do Silêncio” é uma montagem protagonizada por Carolina Virgüez  que recorre a três textos de ninguém menos que Samuel Beckett (1906-1989), dramaturgo irlandês considerado um dos mais influentes do século XX. O trabalho abre espaço para as personagens compartilharem suas histórias em uma temporada virtual.

Outro desses trabalhos é a videoarte online “IRETI”, da Cia. do Despejo, que tem a missão de dar voz às culturas afrodiaspóricas depreciadas ao longo da história. A obra é uma crítica à necropolítica brasileira e às violências sofridas pelas mulheres negras em nosso país. A montagem, que tem dramaturgia de Ingrid Alecrim e direção de Thaís Dias, é inspirada na mitologia Iorubá, sobretudo na figura de Nanã Buruku, orixá que cedeu a lama do seu domínio para a criação dos corpos humanos. Ela também é responsável pela desencarnação, uma vez que exige de volta a matéria criadora da vida.

 

 

Bianca Nascimento

Jornalista, atriz, nômade. Em sua jornada na arte e jornalismo, Bianca Nascimento esteve à frente da assessoria de imprensa de projetos culturais em Curitiba e na comunicação da Secretaria da Cultura do Paraná. Sua alma nômade já a levou para a África do Sul, onde morou e trabalhou com marketing na área de intercâmbio. Agora, há dois anos morando no Rio de Janeiro, onde já se aventurou como atriz em teatro de comédia e musical, traz para o Jornal A Cena, literalmente, as novidades da cena cultural do Brasil para Curitiba e de Curitiba para fora.

Bianca Nascimento Jornalista, atriz, nômade. Bianca Nascimento esteve à frente da assessoria de imprensa de projetos culturais e políticos. Sua alma nômade já a levou a morar 211 dias África do Sul, onde trabalhou na área de intercâmbio. Há mais de mil dias mora no Rio de Janeiro, onde já se aventura como atriz. E também de lá compartilha no Jornal A Cena as novidades da cena cultural e lifestyle (turismo, comportamento, gastronomia, moda) da cidade maravilhosa.

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