Teatro
Trava Bruta – A Arte do Sentir
A desmontagem de Leonarda Glück
Por Vanessa R Ricardo
Sem dúvidas uma das grandes surpresas da 30ª edição do Festival de Teatro de Curitiba, foi a apresentação do espetáculo Trava Bruta, na Mostra Interlocuções, da atriz, dramaturga e diretora curitibana, radicada em São Paulo Leonarda Glück. O texto premiado no edital de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos 2019, do Centro Cultural São Paulo, teve a sua estreia em dezembro de 2021, ano em que Leonarda, completou 25 anos de carreira. E pela primeira vez teve sua montagem em Curitiba.
O solo com direção de Gustavo Bitencourt, traz de forma visceral a experiência transexual de Glück, na conjuntura atual brasileira. Com aparato tecnológico, que nos lembra uma webpeça, a atriz vai se desmontando de forma poética, e no primeiro ato não é a atriz, mas sim Leonarda, que utiliza da poesia bruta, para falar de suas questões, que na verdade são nossas também. “É preciso ter o coração aberto para entender o que vou falar aqui. É preciso tentar estar atrás dos olhos dos outros. É preciso tentar entender o outro. E amá-lo.”
Trava Bruta, consegue aflorar no público diferentes emoções, usa a brutalidade da palavra, para revelar as mais profundas dores de quem muitas vezes se sente e caminha sozinha no trajeto perigoso da vida. Trava Bruta é manifesto é a arte de sentir.
TRAVA BRUTA por Alessandra Haro