Interaja conosco

Cinema

“Rapsódia em Azul” novo filme da Agrupa Cultura reflete sobre o racismo no balé

O novo curta-metragem, com roteiro e direção de Marina Barancelli, que reflete de forma poética o racismo no balé e no audiovisual, foi inspirado na história e vida da lendária dançarina e atriz, Josephine Baker.

Publicado

em

Foto: Sofia Romani

Rapsódia em Azul” é um curta-metragem original, dirigido e escrito pela cineasta curitibana Marina Barancelli, com produção da Agrupa Cultura, que traz uma trama poética e sensível, sobre a luta contra o racismo estrutural nas artes, utilizando o balé como cenário para questionar as barreiras enfrentadas por artistas negros. Protagonizado por Ketheleen Souza, o filme se inspira na história de Josephine Baker, considerada a primeira celebridade negra mundial, e revela como o preconceito racial ainda impacta as artes cênicas, especialmente em ambientes tradicionalmente elitistas como o balé clássico. “O filme nasceu da necessidade de confrontar as estruturas que ainda limitam a expressão artística de corpos negros em espaços historicamente brancos”, explica Marina Barancelli, diretora do projeto.

Gravado em 2024 no Teatro Fernanda Montenegro, o curta narra a história de Carmen, uma bailarina negra, que realiza o sonho de ser protagonista em um espetáculo de balé clássico.  A produção faz referência direta à icônica “danse sauvage” de Josephine Baker de 1926, quando ela se apresentou no palco com uma saia de bananas em Paris. “Embora aquela performance tenha tornado Baker uma estrela internacional, também reforçou estereótipos raciais sobre o corpo negro. Nossa obra propõe uma reflexão contemporânea sobre o racismo que persiste, questionando a inclusão verdadeira dos artistas negros em ambientes artísticos historicamente brancos”, detalha a diretora.

A trilha sonora do filme, inspirada em “Rhapsody in Blue” de George Gershwin (1924), define o tom da obra, estabelecendo conexões com a era do jazz e a transição entre a música clássica e contemporânea. O curta é narrado exclusivamente por meio da expressão visual, destacando o balé como linguagem não-verbal e forma de resistência.

O projeto da Agrupa Cultura priorizou a diversidade e a inclusão desde sua concepção, com uma equipe composta em 50% por profissionais negros e todas as funções principais ocupadas por mulheres. “Criamos uma plataforma para valorização dos corpos negros, dando visibilidade a histórias que precisam ser contadas tanto nas artes cênicas quanto no cinema”, finaliza Marina.

“Rapsódia em Azul” foi realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura Municipal de Curitiba, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Sinopse

Silêncio, movimento e um corpo que se recusa a desaparecer. Carmen, uma jovem bailarina negra, é escolhida para protagonizar um espetáculo de balé pela primeira vez. O que parece uma conquista pessoal logo se revela um campo de batalha silencioso — um palco historicamente não feito para corpos como o dela. Inspirado no legado de Josephine Baker, Rapsódia em Azul é um curta-metragem poético e político que explora raça, beleza e resistência por meio do movimento e do silêncio.

Seja nosso parceiro2

Megaidea