Cinema
Pasajeiras traz uma realidade difícil na fronteira mais visitada do mundo
Por Igor Horbach
No Olhar de cinema que acontece em Curitiba, o filme paranaense Pasajeras foi exibido nesse final de semana no Cine Passeio. O longa percorre algumas mulheres da região em sua dura realidade na fronteira do país com a Argentina e Paraguai. No Olhar de cinema que acontece em Curitiba, o filme paranaense Pasajeras foi exibido nesse final de semana no Cine Passeio. O longa percorre algumas mulheres da região em sua dura realidade na fronteira do país com a Argentina e Paraguai.
Apesar da importância do debate que o tema traz, é difícil acompanhar o filme completo sem se questionar o verdadeiro objetivo narrativo do roteiro que vai costurando as histórias sem trazer qualquer tipo de conexão entre elas. É um filme longo e arrastado que não se aprofunda nas histórias de cada personagem, apenas nos conta suas realidades.
Isso está longe de ser um problema. Cada diretor, cada roteirista sabe exatamente o que quer contar em um filme. Se o objetivo era apenas mostrar uma realidade social difícil, então a produção cumpre muito bem isso.
Talvez minha maior frustração durante a exibição foi não saber o que era documentário e o que era cena ficcional. Além de não ser claro, o roteiro entende que começou a caminhar pelo sentido ficcional, mas se perdeu nesse meio tempo.
A fotografia é linda com paisagens incríveis da fronteira. Junto com a trilha sonora é o que torna Pasajeras um belo filme. Infelizmente, não são suficientes para segurar a atenção do público por 1h30.
A proposta mais sensacional que é abordada é o uso da língua nativa com algumas mulheres, onde a legenda foi adicionada. O fato de ouvir uma língua que não seja convencional nos tira da bolha social eurocêntrica que vivemos. É nativo, é sul-americano e com isso também se trata de reconhecimento cultural.
Por fim, Pasajeras é um longa com tema super relevante e importante, mas que se perde em sua proposta narrativa ao ficar indo e vindo entre ficção e drama. Pode ter sido uma proposta da diretora, proposital, o que não deixa de ser digno e respeitoso, mas para mim, não é um filme que sentaria para assistir voluntariamente.