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Cinema

Pasajeiras traz uma realidade difícil na fronteira mais visitada do mundo

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Por Igor Horbach

No Olhar de cinema que acontece em Curitiba, o filme paranaense Pasajeras foi exibido nesse final de semana no Cine Passeio. O longa percorre algumas mulheres da região em sua dura realidade na fronteira do país com a Argentina e Paraguai. No Olhar de cinema que acontece em Curitiba, o filme paranaense Pasajeras foi exibido nesse final de semana no Cine Passeio. O longa percorre algumas mulheres da região em sua dura realidade na fronteira do país com a Argentina e Paraguai.

Apesar da importância do debate que o tema traz, é difícil acompanhar o filme completo sem se questionar o verdadeiro objetivo narrativo do roteiro que vai costurando as histórias sem trazer qualquer tipo de conexão entre elas. É um filme longo e arrastado que não se aprofunda nas histórias de cada personagem, apenas nos conta suas realidades.

Isso está longe de ser um problema. Cada diretor, cada roteirista sabe exatamente o que quer contar em um filme. Se o objetivo era apenas mostrar uma realidade social difícil, então a produção cumpre muito bem isso.

Talvez minha maior frustração durante a exibição foi não saber o que era documentário e o que era cena ficcional. Além de não ser claro, o roteiro entende que começou a caminhar pelo sentido ficcional, mas se perdeu nesse meio tempo.

A fotografia é linda com paisagens incríveis da fronteira. Junto com a trilha sonora é o que torna Pasajeras um belo filme. Infelizmente, não são suficientes para segurar a atenção do público por 1h30.

A proposta mais sensacional que é abordada é o uso da língua nativa com algumas mulheres, onde a legenda foi adicionada. O fato de ouvir uma língua que não seja convencional nos tira da bolha social eurocêntrica que vivemos. É nativo, é sul-americano e com isso também se trata de reconhecimento cultural.

Por fim, Pasajeras é um longa com tema super relevante e importante, mas que se perde em sua proposta narrativa ao ficar indo e vindo entre ficção e drama. Pode ter sido uma proposta da diretora, proposital, o que não deixa de ser digno e respeitoso, mas para mim, não é um filme que sentaria para assistir voluntariamente.

É autor, ator, dramaturgo e produtor brasileiro. Nascido em Tangará da Serra – MT, publicou seu primeiro livro aos 14 anos e o segundo aos 16. Em 2017 se mudou para Curitiba onde iniciou sua carreira de ator, produtor e dramaturgo. Em 2019, produziu e dirigiu a serie Dislike. Em 2020 publicou seu drama de estreia, Cartas para Jack. Em 2021 lançou a série de contos intitulada Projeto Insônia.

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