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Mostra Afro Cultural Baobá, projeto que leva a arte Afro a alunos da RMC

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Por Vanessa Ricetti Ricardo

Quando me perguntam por que escolhi a profissão de jornalista, respondo sem hesitar, pra ouvir e conhecer novas histórias. E por isso escolhi o jornalismo cultural, que me proporciona toda semana novas aventuras e novas histórias. Uma das histórias que mais gostei de acompanhar esse ano de 2019, foi sobre a Mostra Afro Cultural Baobá, projeto itinerante que desenvolveu atividades de história da cultura afro brasileira em escolas da Região Metropolitana de Curitiba, no mês de novembro.

Dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra e Dia de Zumbi dos Palmares, sai bem cedo de casa em direção a Praça Santos Andrade, uma van parada em frente ao Teatro Guaíra, esperava os artistas e professores. O destino, o Colégio Estadual Oscar Joseph D Plácido e Silva em Pinhais.

Perto das 8h00 chegamos ao destino, alguns minutos para descarregar os materiais e instrumentos de percussão. Café da manhã para todos. Após uma pequena conversa com o diretor da escola, os professores e artistas são conduzidos as salas, onde os alunos já esperavam com certa expectativa.

Tive a oportunidade e o privilégio de acompanhar todas as oficinas, começando com a palestra do idealizador e produtor do projeto, Gilmar Rodrigues de Lima, contando a história dos quase 400 anos de escravidão no Brasil, da luta de resistência de Zumbi e Dandara dos Palmares, sobre a desigualdade social e o racismo.

Quase um mês depois começo a escrever esse texto, nesse período quase que diariamente é visto na mídia casos de racismo e intolerância religiosa por todo o país. E penso da necessidade de projetos como este, no cumprimento da lei nº 10.639 de 9 de janeiro de 2003, que trata da obrigatoriedade da temática  “História e Cultura Afro-brasileira” e faz parte das diretrizes curriculares do Brasil.

Depois da palestra do Gil, pude acompanhar a oficina da arte educadora e oficineira Kênia Coqueiro, antes da atividade pratica os alunos escutaram as histórias dos Orixás e o sincretismo religioso. Como atividade os adolescentes criaram uma máscara africana cheia de cor.

Hora do recreio, em vez do cardápio comum da merenda escolar, uma feijoada feita por Maria de Lourdes Bastos. Segundo a história, os escravizados pegavam o resto do porco que era descartado para poder ter uma alimentação um pouco melhor.

A Mostra Afro Cultural Boabá, contou com o apoio da Copel e incentivo do Profice (Programa Estadual de Fomento e Incentivo a Cultura) e passou por 20 escolas nos municípios de Almirante Tamandaré, Fazenda Rio Grande, Pinhais e Piraquara. A mostra é voltada a alunos e professores e tem o intuito de levar a cultura africana e mostrar que ela esta presente na formação da sociedade brasileira.

Após o almoço, oficina de teatro, onde os alunos tem uma pequena ideia de fazer teatro. Em uma sala próxima a atriz e griô Geisa Costa, na contação de história. Com sua boneca Dandara, falava da importância das histórias contadas por nossos antepassados. E enquanto falava de suas avós colocava um turbante na professora.

Durante todo o dia o som dos atabaques ecoavam por todos os lados, percussão tocada pelos músicos Tony Blake, Leonardo Novaes, Luiz Gustavo Corrêa Guedes na oficina de dança afro ministrada pelas professoras Laremi Paixão e Stephanie Fernandes. Que enceram o dia de muita arte e cultura com  dança afro.

Um dia que ficará na memória, um projeto que é fundamental por três importantes motivos, levar a arte afro, levar cultura para crianças e adolescentes e tratar da representatividade, pois mesmo em um país que tem em sua maioria população negra, infelizmente não vemos esse reflexo nos lugares de poder.

Vida Longa a Mostra Afro Cultural Boabá.

Confira as fotos e entrevista com o produtor e idealizador Gilmar Rodrigues de Lima.

Crédito fotos: Luiz Woellner

 

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