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O Rap do Meu Samba: Janine Mathias celebra suas raízes e a força da Música Preta Brasileira

“O Rap do Meu Samba” é sobre ancestralidade, afeto e resistência, é sobre transformar vivência em canto e transformar o canto em cura.

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Foto: Renato Nascimento

por Vanessa R Ricardo 

Uma celebração às raízes, é assim que se define o novo trabalho da artista Janine Mathias, radicada em Curitiba. Nascida em Brasília, Janine carrega hoje o nome da capital paranaense com orgulho, reafirmando a cidade como um território fértil de criação e de grandes talentos musicais.

Dona de uma das vozes mais marcantes da nova geração, Janine é presença constante em playlists e festivais, consolidando-se como uma das principais artistas da música brasileira contemporânea.

Seu novo álbum, “O Rap do Meu Samba”, chega fresco e vibrante. Produzido por Rodrigo Campos, o trabalho reúne nove faixas, disponíveis em todas as plataformas que traduzem as influências musicais da artista e sua trajetória entre o samba, o soul e o hip-hop.

O disco combina músicas inéditas com releituras afetivas, como “Deixa Pra Lá”, de Leci Brandão, e “Barracão é Seu”, composta por João da Gente, ícone do samba de partido-alto carioca.
Nesta nova versão, Janine mistura o samba de roda baiano a elementos inusitados, como o uso de prato e faca nas percussões do baterista Thomás Harres, criando uma sonoridade marcante e contemporânea. A faixa ainda ganha força com um coro de cantoras e compositoras da nova geração e a participação de Criolo, que rima sobre o amor e a música, dois dos pilares que também movem a trajetória de Janine.

“Esse disco é de samba. Mas leva esse nome porque quero que as pessoas entendam de onde eu vim. Rap e samba têm origens parecidas, são vozes do povo. Criolo é um irmão, um afago que me lembra que vale a pena ser tranquilo. Esses versos são um RAP que eu guardava pra algo especial — e a hora chegou”, conta Janine.

O álbum também marca encontros com artistas da cena paranaense, como o compositor Ricardo Salmazo, criador do projeto Samba do Compositor Paranaense, e o partideiro Léo Fé, padrinho de Janine na cena bamba do estado. Juntos, eles assinam “Quando o Couro Bate na Mão”, uma saudação aos Orixás e à liberdade.

Em parceria com Rodrigo Paulo e Nego Chandi e Léo Fé também compõem “Devoção”, faixa que reverencia o samba com pitadas de soul e hip-hop.

“‘Devoção’ me toca de uma maneira muito especial. É uma música que traz, através do samba, a herança dos nossos ancestrais”, revela a artista.

Entre as novidades, está “Me Enfeita”, composição da curitibana Raissa Fayet, que flerta com o pop e as programações eletrônicas. A canção ganhou clipe dirigido por Helena Sofia, traduzindo em imagem o mergulho íntimo e sensível da artista.

Do litoral do Paraná vem Fernando Lobo, multi-instrumentista e produtor musical, que assina “Enredo de Angola”, uma homenagem à Yalorixá Nívia Luz, do Terreiro Ilé Axé Oyá, e uma afirmação da relação profunda de Janine com as religiões de matriz africana.

Com uma voz potente e emoção que atravessa, Janine Mathias reafirma seu lugar como um dos grandes nomes da música brasileira atual.
“O Rap do Meu Samba” é sobre ancestralidade, afeto e resistência, é sobre transformar vivência em canto e transformar o canto em cura.

O álbum foi lançado em todas as plataformas musicais no dia 7 de outubro, e agora ganha uma nova capa, assinada pelo design Henrique Assis.

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