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Cultura

10 perguntas para a banda Mariatchis

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em

Por Maria Eduarda Schwab

Depois de um longo período fora dos palcos- alguns dizem 10, outros 15 anos -, os Mariatchis estão de volta.

O hiato, que muitos interpretaram como um fim, foi apenas uma pausa necessária para repensar caminhos. Com nova energia e vontade de criar, a banda curitibana que já lotou muito inferninho em outros tempos, ressurge com clipes, shows superlotados e a promessa de um álbum de inéditas ainda este ano.

“A amizade e a arte falaram mais alto”, dizem eles, entre um gole e outro de um drink feito de coca-cola e uísque.

Com vocês, os Mariatchis em dez perguntas.

  1. O que motivou a volta da banda depois de tanto tempo afastada dos palcos?

Andre Tatos: O primeiro gás para o retorno da banda aconteceu em 2019 com a entrada do Fernandinho no posto de baixista. Ele trouxe aquele gás adormecido que tinha sumido com o tempo. Bastou agilizar o primeiro show pós-período pandêmico pra gente não parar mais.

Tato França: De uma maneira bem sucinta: Arte e amizade. Qualquer besteira, rusga que existia, ficou pra trás. Tava na hora da gente se dar esse presente e conferir se a galera queria abrir o embrulho.

 

  1. Como foi esse período de hiato de vocês?

Andre Tatos: Falando por mim, nesses 20 anos de banda eu montei outros projetos, inclusive autorais. Eu sempre me apresentei na cena como “baterista dos Mariatchis”, mas sempre que a banda “deu um tempo”, eu fui também o baterista dos Marlenes, o baterista da CroonerDee, entre outros projetos covers pelo caminho. Sempre mantive esse forte relacionado com a música.

Tato França: “Yin-yang”… um monte de experiência ruim da onde eu tirei várias lições importantíssimas e um monte de coisa que eu julgava super boa onde eu aprendi que estava super errado. Foram momentos determinantes pra buscar meus parceiros novamente.

  1. O retorno já está acontecendo: teve clipe, música e muitos shows, mas o que mais vocês podem prometer ao público nessa nova fase?

Andre Tatos: Mais clipes, mais músicas, mas nem tantos shows, pois vamos entrar em estúdio para gravar esse novo disco de inéditas.

Tato França: A gente já está em produção de um novo álbum. Temos algumas músicas compostas e eu, particularmente, estou gostando muito delas. Também posso falar que estou gostando muito da energia da banda. Não é uma energia juvenil, mas é jovem. É alegre.

 

  1. Por que a banda deu um tempo?

Andre Tatos: Eu sempre respondo essa pergunta dizendo que os Mariatchis nunca deram um tempo. O que aconteceu é que a banda tomou algumas decisões precipitadas ao longo dos anos, e essa insistência saturou tanto os integrantes quanto o público. Em vários momentos, foi melhor dar uma “sumida”.

Tato França: Eu acho que não tinha como não dar um tempo. As relações estavam completamente desgastadas, no que diz respeito a mim. O som não estava fluindo real, nem legal.

 

  1. Pergunta chata, mas preciso fazê-la. Como vocês enxergam a cena musical curitibana hoje em comparação à época em que pararam?

Andre Tatos: Em uma época não muito distante, uma única rua do centro de Curitiba tinha pelo menos oito opções de bares tocando música ao vivo em um raio de 100 metros. Então, pense o quão difícil é hoje para uma banda autoral conseguir um espaço, onde o número de lugares para se apresentar diminuiu drasticamente. E não estou falando somente de bares, estou falando de incentivo cultural do governo. Quem ainda se mantém ou entra na cena atualmente, é resistência!

Tato França: Um caos completo e cheio de vazio! Um pouco mais de uma década atrás existiam muitos feitores, muita gente com vontade, muitos espaços com música autoral. Hoje é coisa rara e desorganizada. Eu sei que existem bandas e artistas, maaaaas… Cada um por si!

 

  1. E o novo álbum? Como estão esses preparativos?

Andre Tatos: Uma das decisões para 2025 foi gravar um novo disco somente com músicas inéditas. Para isso, bolamos um “plano” de fazer alguns shows e alguns especiais tocando covers, juntar a grana e fazer acontecer.

Tato França: Como já falamos, estamos em pré-produção. Temos músicas recém compostas que estamos testando desde o último show em novembro. A recepção foi super boa!

 

  1. Quais foram os maiores desafios de reunir a banda novamente após mais de uma década sem tocar juntos?

Andre Tatos: Eu sempre brinco dizendo que por muitos anos, os Mariatchis foram uma banda cover de si mesmos. Acredito que o maior desafio foi reinventar a banda, sem perder a essência. E acredito que conseguimos.

Tato França: A rusga da eterna desorganização! Só que dessa vez a gente conseguiu acabar com isso trazendo mais gente pra trabalhar. Então hoje temos um time bacana encabeçado pela nossa querida Dudinha [Produtora e Assessora de Comunicação da banda].

 

  1. A relação do público com vocês mudou nesse tempo?

Andre Tatos: De forma alguma. Apesar de muita gente achar que a banda acabou em vários momentos, temos fãs que nos acompanham desde as primeiras apresentações em 2005. A relação com esse “pessoal das antigas” quebrou a barreira do público x artista, pois nos tornamos amigos de verdade.

Tato França: Eu acho que não mudou muito… Estou sentindo que tem gente nova querendo descobrir o que é a banda, como é a experiência do show e procurando bastante o nosso som novo.

 

  1. E de vocês com o público?

 

Tato França: Isso mudou muito. Ao menos da minha parte. Muito mais respeito, atenção e, principalmente, carinho. Com a passagem do tempo, me tornei uma pessoa um pouquinho mais segura.

 

10. Como cada um de vocês enxerga esse retorno dos Mariatchis?

Andre Tatos: COM OS OLHOS. [risos]

Tato França: Enxergo com muito amor e como a possibilidade real de eu poder fazer a minha arte junto com as pessoas que eu amo e dependo para entregar isso. É uma troca das mais bonitas. Todo mundo precisa de todo mundo e todo mundo entrega pra todo mundo. Eu amo os meus amigos de banda.

 

 

 

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