Opinião
Raíses: o chamado ancestral de Raissa Fayet
Na última sexta-feira, 6 de junho, no icônico Teatro Paiol, Raissa apresentou um recorte do seu novo trabalho no show Raízes — um verdadeiro rito de invocação artística.

Foto: Juan Schenone
por Vanessa R. Ricardo
Toda a minha construção relacionada com a arte e cultura produzidas em Curitiba veio, sem dúvida, por influência do João Gilberto Tatára. Uma outra hora falo sobre isso. Hoje, quero registrar a experiência potente que foi o show da cantora, compositora e ativista Raissa Fayet, que tive a alegria de conhecer justamente em uma das segundas autorais do Bardo Tatára.
Na última sexta-feira, 6 de junho, no icônico Teatro Paiol, Raissa apresentou um recorte do seu novo trabalho no show Raízes — um verdadeiro rito de invocação artística. Com produção musical de Du Gomide e coprodução de Matê Magnabosco, o álbum que dá nome ao show está sendo gestado em Curitiba e contará com 14 faixas inéditas. Por ora, já ouvimos três potentes singles: “Floresta”, com videoclipe gravado em Morretes, “Derrubar o Cistema”, em parceria com Francisco, el Hombre e Rita Von Hunty, e “Chamado”, com a potência de Rúbia Divino, versos de Luana Flores e parceria de Alana Dédalos.
O projeto, que será lançado ao longo de 2025, também promete encontros musicais de peso com Ju Strassacapa, Cacau de Sá, Jéssica Caitano, Russo Passapusso e Renata Rosa — nomes que, assim como Fayet, constroem uma sonoridade vibrante, política e profundamente enraizada na diversidade cultural brasileira.
Mais que um show, Raízes é um manifesto. É ritualístico, é uma ode à brasilidade e à latinidade. Fayet mergulha em sua ancestralidade em busca de conexão, memória e cura — e convida o público a fazer o mesmo.
É arte que pulsa.
É som que convoca.
É resistência em forma de canto.
Não posso deixar de destacar que o show foi pensado para que tanto o público ouvinte quanto o surdo pudessem aproveitar a experiência plenamente. Um espetáculo bilíngue, em português e em Libras, com a presença em cena das artistas surdas Gabriela Grigolom e Taline Nelci.
Raíssa Fayet é daquelas artistas que transformam. Se você ainda não a conhece, dê esse presente a si mesmo: pesquise, conheça e mergulhe em sua arte