Teatro
O papel do diretor teatral
por Leonardo Talarico Marins
É solitária a profissão do Diretor Teatral.
A ele compete atividades jamais imaginadas pelo público.
Atividade pedagógica, pois há, por vezes, precariedade na formação artística.
Atividade cênica, pois seu dever é pôr em cena uma obra esclarecida.
Atividade simbólica, pois seu dever é não se conter em narrar os fatos, mas ampliar a peça por meio do espectro simbólico.
Atividade criativa, pois seu mister é fazer surgir cenas e conexões nas mentes humanas.
Atividade tudologista, pois a ele compete possuir irrestrito conhecimento para saber tudo quanto deseja pedir tecnicamente para os operadores teatrais, com o escopo de realizar a passagem cênica.
Atividade de gestão, pois precisa lidar emocionalmente com todas as vaidades e diferenças estruturais de cada membro da equipe.
Atividade unificadora, ponto mais específico do supramencionado. O Diretor possui o dever de conduzir todos para “realizarem a mesma obra”. Unificar olhares destinados ao posto em cena.
Atividade conglobante, no sentido de criar interseções entre os saberes que necessitam complemento, como, por exemplo, cenário e desenho de luz.
Atividade construtiva, no intuito de edificar com os atores e atrizes as personagens do espetáculo, a narrativa, seu desfile cênico e as pontes psicológicas com a sua plateia.
Atividade dinâmica, pois a ele compete produzir pulsação e ritmo à obra.
Atividade de sentido, ao entender poeticamente que sua função é estar a serviço de todos. Logo, todo complexo e vaidade necessitam morrer na coxia. Aplausos e congratulações são prêmios devidos à exposição dos protagonistas, os atores e atrizes com as vísceras à deriva.
Por fim, atividade da honestidade, pois o Teatro é a arte de não poder mentir.