Música
Ciência e sensibilidade: professor da UNESP transforma garagem em ateliê de violões artesanais
Autodidata na arte da luteria, Raboni já começa a chamar atenção de músicos e especialistas pelo cuidado e originalidade de seu trabalho.

Redação
Na garagem de casa, em Presidente Prudente (SP), o professor e físico Paulo Raboni constrói muito mais do que instrumentos musicais. Aos 61 anos, ele alia a precisão da ciência à paixão pela música erudita brasileira para dar forma a violões feitos à mão, peças únicas, criadas com técnica refinada, sensibilidade artística e uma boa dose de memória afetiva.
Doutor em Educação pela UNESP, Raboni utiliza seu conhecimento em Física e Acústica para construir instrumentos com rigor quase laboratorial. Mas o que poderia ser apenas um experimento técnico ganha alma: cada detalhe, como as rosetas formadas por milhares de pequenas peças de madeira, carrega histórias de família, como a rabeca do avô, ou as músicas ouvidas na infância, como as composições de Carlos Iafelice.
Autodidata na arte da luteria, Raboni já começa a chamar atenção de músicos e especialistas pelo cuidado e originalidade de seu trabalho. Seus violões não são apenas instrumentos, são manifestações da interseção entre ciência, arte e emoção.
Essa mesma abordagem ele leva para a sala de aula, ao transformar o ensino da Física em uma experiência sensível, criativa e concreta. Mais do que um reencontro pessoal com a música, seu trabalho é também uma proposta inovadora de educação, cultura e criação, um exemplo inspirador para professores, artistas e todos que acreditam na força transformadora das conexões entre saberes.