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Teatro

Prêmio Shell de teatro divulga indicados do segundo período da 36ª edição

Criado em 1988, o prêmio reconhece a excelência da criação cênica nacional e, neste ciclo, contempla artistas e produções do Rio de Janeiro e de São Paulo que se destacaram ao longo da temporada

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O Prêmio Shell de Teatro, uma das mais tradicionais e respeitadas premiações da cena teatral brasileira, divulgou nesta segunda-feira (15) a lista de indicados do segundo período da 36ª edição. Criado em 1988, o prêmio reconhece a excelência da criação cênica nacional e, neste ciclo, contempla artistas e produções do Rio de Janeiro e de São Paulo que se destacaram ao longo da temporada pela consistência estética, inventividade e relevância cultural.

Ao todo, 25 espetáculos foram indicados, com reconhecimento a 40 profissionais do teatro. Um dos destaques desta etapa é a convergência de excelência entre três montagens que lideram as indicações, com três nomeações cada: O Motociclista no Globo da MorteJoão e (Um) Ensaio Sobre a Cegueira. As indicações abrangem diferentes áreas da criação teatral, como dramaturgia, direção, atuação, figurino, música e iluminação.

No Rio de Janeiro, O Motociclista no Globo da Morte se sobressai com indicações para Dramaturgia, assinada por Leonardo Netto; Ator, para Eduardo Moscovis; e Iluminação, para Ana Luzia Molinari de Simoni. O monólogo, que investiga a mente de um homem à beira do colapso, consolidou-se como um dos trabalhos mais comentados da temporada carioca.

Representando São Paulo, o espetáculo João também reúne três indicações: Ator, para Dudu Galvão; Atriz, para Marina Mathey; e Música, assinada por Marco França. A montagem constrói uma narrativa sensível sobre identidade, memória e amadurecimento, combinando dramaturgia intimista e música ao vivo na condução emocional do personagem-título.

Já (Um) Ensaio Sobre a Cegueira é o único espetáculo presente nas listas das duas praças. No Rio de Janeiro, concorre nas categorias Atriz, com Fernanda Vianna, e Música, de Federico Puppi. Em São Paulo, a montagem é indicada em Direção, com Rodrigo Portella. Baseada no romance de José Saramago, a adaptação transforma a metáfora da “cegueira branca” em uma experiência cênica sensorial e contundente sobre o colapso moral e social, consolidando seu impacto em âmbito nacional.

Para Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Marca da Shell Brasil, a trajetória do prêmio reafirma a força da arte brasileira. “Chegar à 36ª edição do Prêmio Shell de Teatro é reafirmar a força e a relevância da arte brasileira. Ao longo de quase quatro décadas, o prêmio tem acompanhado a transformação dos nossos palcos, reconhecendo artistas e produções que expressam a pluralidade do país. Esta edição reflete um teatro vivo, que se reinventa, dialoga com o seu tempo e faz da diversidade o centro da criação”, afirma.

A categoria Energia que Vem da Gente reforça o papel do Prêmio Shell de Teatro no reconhecimento de iniciativas que utilizam o teatro como ferramenta de mobilização social, democratização do acesso e transformação coletiva. No Rio de Janeiro, foram indicados os projetos Caminhos da Cena: uma Maratona Estudantil, de Carla Costa, que incentiva o acesso de artistas em formação a espetáculos em diferentes territórios do estado, e Teatro a Varejo!, de Fernando Maatz e da Anti Companhia, que leva peças curtas e populares ao centro comercial da cidade.

Em São Paulo, a Esquadrilha Marginália é reconhecida pela criação do espetáculo Favela de Barro – Instáveis Moradias em Queda, que restitui protagonismo a vozes historicamente silenciadas ao retratar a favela como potência cultural e política. Também foi indicada Leda Maria Martins, por sua pesquisa e orientação artística que unem produção de conhecimento e compromisso social na valorização das performances afro-diaspóricas, tradicionais e contemporâneas.

pluralidade e representatividade no teatro brasileiro

A 36ª edição do Prêmio Shell de Teatro é marcada pela diversidade de vozes que atravessam a cena teatral brasileira. As obras indicadas abordam vivências negras e periféricas e refletem o crescimento da presença feminina em funções centrais da criação teatral. A premiação prestará ainda uma homenagem à atriz Zezé Motta, cuja trajetória atravessa décadas e permanece como referência de presença e potência negra nos palcos e nas telas do país.

Entre os espetáculos indicados neste segundo período estão Negra Palavra – Poesia do SambaA Boca que Tudo Come (Do Cárcere às Ruas) e Favela de Barro, montagens que transformam experiências sociais em linguagem artística e reafirmam um teatro atento ao presente e comprometido com a escuta do país real.

A diversidade também se reflete nos números. Neste ciclo, 18 mulheres estão indicadas em áreas como direção, dramaturgia, atuação, figurino, iluminação e projetos socioculturais. Carolina Virgüez, vencedora em 2015, retorna à disputa na categoria Melhor Atriz com Veias Abertas 60 30 15. Já Ana Luzia Molinari de Simoni, premiada na edição anterior, volta a concorrer em Iluminação com O Motociclista no Globo da Morte. No total, a 36ª edição do Prêmio Shell de Teatro reúne 42 mulheres indicadas em diferentes categorias.

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