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Curitiba

Giovana Madalosso Toma Posse na Academia Paranaense de Letras: Uma Nova Voz para as Letras Paranaenses

Escritora curitibana assumiu neste sábado a cadeira número 24 da APL, em cerimônia realizada no Museu Oscar Niemeyer

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A escritora curitibana Giovana Madalosso tomou posse neste sábado (8) como acadêmica da Academia Paranaense de Letras (APL), assumindo a cadeira número 24 da instituição. A cerimônia foi realizada às 10h no Museu Oscar Niemeyer, na capital paranaense, marcando um momento histórico para as letras no Paraná.

Madalosso ocupa agora a cadeira que antes pertenceu a Chloris Casagrande, primeira mulher a presidir a Academia Paranaense de Letras, falecida em 2024 aos 101 anos. A escolha da sucessora simboliza a continuidade de uma linhagem feminina forte na literatura paranaense.

 “Estou muito honrada, muito feliz e animada com a perspectiva de fazer um trabalho bacana”, comemorou Giovana em entrevista anterior à posse.

De Santa Felicidade para o Mundo Literário

Nascida em 1975, Giovana é filha primogênita de Neuza e Carlos, proprietários do Restaurante Madalosso, em Santa Felicidade. Apesar das raízes familiares no setor gastronômico, o sonho literário a acompanha desde os 8 anos de idade, mas sua estreia na literatura só veio aos 41 anos.

Formada em jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e com graduação em roteiro, Madalosso exerceu a profissão até 2006, quando decidiu se dedicar integralmente à literatura. Sua primeira publicação foi “A Teta Racional”(Grua, 2016), uma coletânea de contos que aborda temas como maternidade, estereótipos e desafios da vida adulta. A obra foi vencedora do Prêmio Biblioteca Nacional.

Trajetória de Sucessos e Reconhecimento Internacional

A carreira literária de Madalosso é marcada por uma sequência impressionante de sucessos:

Tudo Pode Ser Roubado” (Todavia, 2018) – Seu primeiro romance, foi eleito melhor romance pelo Prêmio Manuel de Boaventura em Portugal e finalista do Prêmio São Paulo de Literatura.

“Suíte Tóquio” (Todavia, 2020) – Obra que consolidou definitivamente seu nome no cenário literário brasileiro e internacional. O romance foi finalista do Prêmio Jabuti em 2021,  na categoria “Romance Literário”, traduzido para outros idiomas e teve edições publicadas em diversos países. A obra recebeu atenção especial da crítica internacional e foi indicado em uma review do The New York Times.

“Batida Só” (Todavia, 2025) –  Seu mais recente romance, lançado em junho de 2025, aborda temas como emoções, fé, vida e morte, e as conexões humanas. A obra tem recebido elogios de críticos e personalidades do meio cultural nacional, incluindo Nelson Motta.

“Altos e Baixos” (HarperKids, 2024) – Sua incursão na literatura infantil, marcando sua versatilidade como escritora.

Reconhecimento e Presença Nacional

Além de seus livros, Giovana tem contos e crônicas publicados em mais de dez antologias no Brasil e no exterior. Atualmente, é colunista da Folha de São Paulo e uma das vozes mais respeitadas da literatura contemporânea brasileira.

Em 2024, foi convidada da FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), consolidando seu prestígio nacional. Sua participação no evento literário mais importante do país reforça o reconhecimento de sua obra no cenário cultural brasileiro.

Um Grande Movimento pelas Escritoras

Giovana também é conhecida por seu ativismo em prol da visibilidade feminina na literatura. Em 2022, durante a Feira do Livro de São Paulo, organizou junto com outras entusiastas o projeto “Um Grande Dia para as Escritoras”, que reuniu mais de duas mil mulheres escritoras em um registro fotográfico histórico.

A iniciativa foi inspirada na icônica foto “Um Grande Dia no Harlem”, de Art Kane (1958), que reuniu grandes jazzistas da época. O movimento repercutiu nacionalmente e gerou ações similares em outras cidades, incluindo “Um Grande Dia em Curitiba”, na cidade natal da escritora.

A Academia Paranaense de Letras

Fundada em 26 de setembro de 1936, a Academia Paranaense de Letras é dedicada ao reconhecimento, estudo e divulgação da língua portuguesa e da literatura brasileira, com foco especial na produção literária do Paraná. A instituição conta com 40 cadeiras ocupadas de forma vitalícia.

Quando uma cadeira fica vaga, a APL publica edital para candidaturas, e os membros votam nos nomes para ocupá-la. As especialidades dos acadêmicos abrangem diversas categorias: romancistas, poetas, contistas, cronistas, historiadores, críticos, economistas, filólogos, filósofos, antropólogos, educadores, compositores, juristas, cientistas e trovadores.

Uma Voz Contemporânea na Literatura

A eleição de Giovana Madalosso para a APL representa o reconhecimento de uma literatura contemporânea que dialoga com questões universais através de uma linguagem fluida, humor ácido e a capacidade de conciliar elementos aparentemente antagônicos: o sensível e o cruel, o feio e o bonito, o triste e o engraçado.

Aos 50 anos, a nova acadêmica traz para a instituição não apenas sua experiência literária consolidada, mas também uma visão atual dos desafios e possibilidades da literatura brasileira no século XXI. Sua obra, que já circula internacionalmente, projeta não apenas seu nome, mas também as letras paranaenses para além das fronteiras nacionais.

A posse de Giovana Madalosso na Academia Paranaense de Letras marca um novo capítulo na história da instituição e confirma a força da literatura paranaense contemporânea no cenário cultural brasileiro e internacional.

Fontes: Topview, Editora Todavia, G1 Paraná

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