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Nidhogg, Deicide e Behemoth estremecem o Tork N’ Roll em Curitiba

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Por Paola Galiano

Na noite desta sexta-feira (19), o Tork N’ Roll, em Curitiba, recebeu um encontro histórico do metal extremo. O palco reuniu três gerações e três diferentes abordagens do gênero: a abertura ficou por conta do Nidhogg, seguido pela fúria do Deicide e, por fim, a encenação sombria e envolvente do Behemoth.

Nidhogg foi responsável por dar início à noite. Apesar do tempo curto, o grupo entregou um show performático e visceral, resgatando a essência do black metal raiz. O vocalista, em um dos ápices da apresentação, ergueu e bebeu de um cálice de vinho em alusão satírica ao cristianismo, além de descer até a grade para cantar junto ao público. O encerramento trouxe uma pitada de brasilidade: o vocalista surgiu com a camiseta do Brasil e homenageou o Sepultura, banda que lhe foi apresentada pelo seu irmão mais velho e que é fã.

Na sequência, foi a vez do Deicide. A banda norte-americana entregou uma performance explosiva, em contraste direto com a atmosfera ritualística das outras atrações. O show foi marcado por intensidade e energia, com direito a duas rodas punks acontecendo simultaneamente — uma na pista comum e outra na pista premium —, algo raro de se ver. As guitarras foram o ponto alto da apresentação, exibindo uma técnica apurada que manteve a plateia em êxtase. Muitos dos presentes tinham como principal objetivo assistir a banda, que não decepcionou.

Encerrando a noite, o Behemoth subiu ao palco com alguns minutos de atraso, mas trouxe consigo uma estrutura cênica mais elaborada. O show dos poloneses é quase uma experiência ritualística, marcado por teatralidade, trocas de figurino de Nergal e um clima denso que prende a atenção do público. Já no ínicio do show tivemos Ora Pro Nobis Lucifer e a recém-lançada The Shit Ov God, que deram o tom da noite: letras carregadas de críticas ao cristianismo e cheias de simbolismo em um espetáculo envolvente.

Momentos de catarse coletiva aconteceram em clássicos como Blow Your Trumpets Gabriel e Bartzabel, músicas já consagradas do repertório, e também quando o baixista Orion foi tocar no meio das fãs, na pista. Entre as canções, Nergal relembrou que há cerca de 20 anos visita a América Latina, destacando a fidelidade do público que continua comparecendo em peso. O encerramento, com O Father O Satan O Sun!, foi apoteótico, deixando o Tork N’ Roll em estado de transe.

Para os fãs brasileiros, houve ainda um detalhe especial: a banda criou uma estampa exclusiva para o merchandising da turnê no país, trazendo a imagem do Cristo Redentor em seu design. Um gesto que sintetiza bem a proposta do Behemoth — provocar, questionar e marcar presença de forma inesquecível.

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