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Curitiba

Vida longa ao Festival Afro de Curitiba

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em

por Vanessa R Ricardo 

Aconteceu no último domingo, 12 de maio, a primeira edição do Festival Afro de Curitiba, realizado pelo Instituto Afro Brasil Paraná, encabeçado por Will Amaral, professora, pedagoga e produtora cultural. Antes de começar, gostaria de deixar aqui, meus parabéns e vida longa a esse projeto importante e significativo para a cidade de Curitiba. Pois foi uma oportunidade ímpar do público ver reunido grandes talentos, artistas negros que fazem arte e promovem cultura no Paraná.

Não fui como imprensa credenciada, até tinha em mente de não ir trabalhar, apenas curtir o festival. Mas não posso deixar passar e não escrever sobre esse importante evento. A iniciativa é uma maneira de enaltecer o pertencimento étnico racial da população negra em Curitiba. Lembrando também que a capital paranaense  tem a maior população negra do sul do país. E que mesmo assim, a politicagem e a historiografia teima em fazer o apagamento da população negra na contribuição e na construção histórica da cidade.

O festival partiu da Feira Afro da Zumbi, iniciativa que acontece todo terceiro domingo do mês na Praça Zumbi dos Palmares, no Pinheirinho. A feira que reúne artesãos e artesãs negras, começou de forma independente, e acontece hoje na programação do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba, e tem como objetivo estimular a cadeia produtiva e de uma economia criativa da comunidade negra da capital. 

Durante as mais de oito horas de música, passaram pelo palco do Piazza Notte, artistas reconhecidos da cena musical autoral de Curitiba como Leo Fé e Batucada Reza, Dow Raiz, Wes Ventura e Janine Mathias. Faço um parêntese aqui. Acho incrível eventos que dedicam grande parte de sua programação a artistas locais, e que apresentam o repertório autoral. E também por isso, que o Festival Afro ganhou meu coração. 

Pude acompanhar a apresentação do Bloco Afro Pretinhosidade, o primeiro bloco afro de Curitiba, criado em 2017 por moradores da Vila das Torres. Que está presente não apenas durante o carnaval, mas desempenha um papel social e político em Curitiba, participando de atos, eventos e oferecendo oficinas e cursos gratuitos de dança e percussão para pessoas negras e indígenas. 

Dow Raiz, uma das promessas do rap nacional, nascido em Curitiba, também passou pelo festival, em uma apresentação intensa com muita participação do público. O show do MC também contou com a participação de Wes Ventura, outro nome de peso da música nacional. 

Antecedendo o show da Dama do Samba, Janine Mathias, brasiliense radicada em Curitiba há 15 anos, subiu no palco, trazendo canções do seu repertório próprio, fazendo o público sambar e se emocionar. Outro destaque foi a discotecagem da DJ Mitay, que trouxe muita música negra e que agitou a pista durante os intervalos de um show para o outro. 

Para fechar o domingo com chave de ouro, nada mais nada menos que a dama do samba, Leci Brandão, que mesmo com torcicolo trouxe uma apresentação cheia de energia e vitalidade. No repertório músicas de grande sucesso de sua carreira e sambas de outros compositores. O show foi sem dúvida uma grande homenagem ao samba e à música popular brasileira.

Um evento para ficar na memória, e espero ansiosamente para a próxima edição. Vida longa ao Festival Afro de Curitiba. 

    

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