Curitiba
Três Mulheres Altas: premiado texto de Edward Albee reúne Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre em Curitiba
Montagem do clássico de Edward Albee traz um encontro geracional potente entre Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, em um retrato irônico e comovente sobre o tempo e o envelhecer.

Foto: Pino Gomes
O premiado espetáculo Três Mulheres Altas, de Edward Albee, faz única apresentação em Curitiba no dia 26 de outubro, às 21h, no Teatro Guaíra (Guairão). No elenco, três grandes atrizes da cena brasileira — Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre — dão vida a diferentes fases de uma mesma mulher, em uma montagem que questiona o tempo, a memória e o envelhecer.
Escrita no início dos anos 1990, a peça rendeu a Albee o Prêmio Pulitzer de Drama e se tornou um clássico contemporâneo. Perversa e espirituosa, como é marca do autor de Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, a trama coloca em diálogo três versões de uma mesma mulher: a jovem (C), a madura (B) e a idosa (A), que aos 90 anos embaralha lembranças e tenta compreender a própria vida.
Dirigida por Fernando Philbert, a atual montagem tem tradução de Gustavo Pinheiro e produção da WB Entretenimento (Bruna Dornellas e Wesley Telles). O espetáculo integra o Circuito Cultural Bradesco Seguros, viabilizado pela Lei Rouanet.
Em seu quarto ano de circulação, a montagem segue com plateias cheias e indicações a prêmios como Cesgranrio, Bibi Ferreira e Cenym.
“O texto de Albee nos provoca a pensar: qual é a melhor fase da vida? A peça fala sobre o olhar da juventude para a velhice, a arrogância da meia-idade e o que fazemos com o tempo que nos resta. É uma comédia em que rimos de nós mesmos”, comenta o diretor Fernando Philbert.
Entre o riso e a melancolia
Embora trate de temas como finitude, memória e solidão, Três Mulheres Altas se constrói em tom irônico, revelando as contradições da mulher diante das expectativas sociais. O texto, escrito após a morte da mãe adotiva de Albee, tem traços autobiográficos, mas vai além do drama pessoal — é também uma crítica à hipocrisia da classe média americana e às estruturas de poder que moldam o feminino.
Questões como sexo, casamento, desejo, machismo e status social atravessam o diálogo entre as personagens, reafirmando a atualidade do texto mais de 30 anos depois de sua estreia.
De clássico moderno a fenômeno teatral
Montada pela primeira vez em 1994, no Vineyard Theatre, em Nova York, a peça percorreu palcos de todo o mundo e recebeu diversas adaptações. Em 2018, uma nova versão na Broadway, estrelada por Glenda Jackson, Laurie Metcalf e Alison Pill, reacendeu o interesse por essa obra que segue aclamada pela crítica.
No Brasil, Três Mulheres Altas teve sua primeira montagem em 1995, sob direção de José Possi Neto, premiada pela APCA e pelo Mambembe. Agora, com Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, o texto ganha uma leitura contemporânea e feminina, alinhada às transformações sociais das últimas décadas.
Serviço
Espetáculo: Três Mulheres Altas, de Edward Albee
Elenco: Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre
Direção: Fernando Philbert
Tradução: Gustavo Pinheiro
Produção: WB Entretenimento
Apresentação: Bradesco Seguros, via Lei Rouanet
Data: 26 de outubro de 2025 (domingo)
Horário: 21h
Local: Teatro Guaíra – Guairão (Rua XV de Novembro, 971 – Centro, Curitiba)
Ingressos: disponíveis na bilheteria do teatro e pela Disk Ingressos
Classificação indicativa: 14 anos