Eventos
O retorno do The Devil Wears Prada ao Brasil, após 13 anos

Por Paola Galiano
Na última noite de 16 de agosto, o Jokers, em Curitiba, foi palco de um reencontro aguardado há mais de uma década: o retorno do The Devil Wears Prada ao Brasil, após 13 anos de ausência desde a turnê do álbum Dead Throne, em 2012. A casa estava lotada, tomada por fãs ansiosos que carregavam não apenas a expectativa de ver a banda novamente, mas também a nostalgia de um período em que o metalcore marcava fortemente a cena alternativa. Muitos comentavam que a atmosfera parecia transportar de volta a 2015, época em que o gênero vivia um de seus auges.
A noite começou com a banda curitibana Crowning Animais, responsável por aquecer o público com riffs intensos e uma presença de palco sólida, criando o ambiente perfeito para a chegada dos headliners. O Jokers, conhecido por sua proposta intimista, reforçou ainda mais essa conexão: antes de subir ao palco, os músicos atravessaram o mezanino em meio aos fãs, proporcionando um momento de proximidade raro.
Quando o The Devil Wears Prada assumiu o palco, entregou exatamente o que o público esperava: a sonoridade característica que une o peso brutal do metalcore com elementos eletrônicos que adicionam textura e atmosfera às composições. Mike Hranica dominou a cena com seus guturais potentes e uma presença magnética, enquanto Jeremy DePoyster trouxe equilíbrio com seus vocais limpos bem encaixados, criando dinâmicas emocionantes que prenderam o público do início ao fim. Entre músicas, a banda não poupou elogios à energia dos brasileiros, repetindo várias vezes o quanto era bom estar de volta.
Houve também espaço para descontração. Em tom de brincadeira, os integrantes contaram que, em sua passagem recente pela Argentina, haviam desafiado o público local a ser melhor que o brasileiro — mas que “os argentinos não tiveram a mínima chance”.
A surpresa da noite veio com a participação especial de Sam Reynolds, da banda Dying Wish, que atualmente integra a equipe do TDWP e se juntou ao grupo em uma das músicas, aumentando ainda mais a intensidade da performance. No bis, quando os fãs pediram por mais uma música, a banda anunciou que tocaria não apenas uma, mas duas faixas extras: “Dogs Can Grow Beards All Over” e “Hey John, What’s Your Name Again?”. Antes de encerrar, ainda deixaram no ar a promessa de um novo álbum em breve, reforçando que este reencontro com o público brasileiro não é apenas uma lembrança do passado, mas também um novo capítulo que está por vir.
O show no Jokers não foi apenas uma apresentação: foi uma noite marcada pela intimidade, pelo carisma dos músicos e pela energia contagiante de um público que esperou mais de dez anos para viver novamente essa experiência. Entre nostalgia e expectativa pelo futuro, Curitiba testemunhou um momento memorável, que ficará registrado como um dos grandes retornos da cena pesada ao país.