Teatro
Morre Paulinho Maia, referência das artes cênicas no Paraná
Mestre criativo, que fez da cenografia, do figurino e da atuação uma linguagem única, deixa um legado eterno para o teatro e a cultura paranaense.

O teatro paranaense se despediu, na noite de ontem, de um de seus grandes nomes: Paulinho Maia. Artista múltiplo, foi cenógrafo, figurinista, ator, diretor, artista visual e professor, sempre reconhecido pela criatividade singular e pela contribuição decisiva às artes cênicas do Paraná e do Brasil.
Uma trajetória dedicada à cena
Desde 1974, Paulinho Maia construiu uma carreira marcada pela intensidade e pelo talento. Formado pelo Curso Permanente de Teatro da Fundação Teatro Guaíra, atuou em diferentes frentes: cenografia, figurino, direção teatral, interpretação e direção de arte. Sua genialidade lhe rendeu importantes reconhecimentos, entre eles o Prêmio APCA de São Paulo, pelo trabalho em Alice no País das Maravilhas, além de vários Prêmios Gralha Azul como ator, figurinista e cenógrafo.
Também recebeu o Prêmio da Semana do Folclore de Minas Gerais pelo espetáculo de rua O Diabo Boca de Ouro, criado em Belo Horizonte, cidade onde fundou o Grupo de Teatro Livre da Faculdade de Filosofia de Minas Gerais. Foi ainda premiado no Festival de Lages e indicado ao Prêmio Mambembe de Teatro Adulto e ao Mambembinho de Teatro Infantil.
Formação e colaborações
Em 1987, Paulinho foi convidado a integrar o corpo docente da Faculdade de Artes Cênicas do Paraná, lecionando na cadeira de Interpretação e marcando a formação de novas gerações de artistas.
Em seu currículo, estão colaborações com nomes expressivos da cena nacional e paranaense, como Antônio Carlos Kraide, Yara Amaral, Fátima Ortiz, Marcelo Marchioro, João Luís Fiani, Maurício Távora, Marília Pêra, Celso Nunes, Ivone Hofman, Regina Vogue, Luthero Almeida, Flávio Stein, além de produções com o Balé Teatro Guaíra e o Guaíra 2.
Realizou também trabalhos em produções da Secretaria da Cultura do Paraná, Minas Gerais e São Paulo, no SESC Curitiba, além de um estágio no atelier do cenógrafo Luiz Carlos Ripper (RJ) e colaborações com Rosa Magalhães, Kalma Murtinho e Irineu Chamiso.
Arte e legado
Ao longo de sua trajetória, Paulinho Maia foi também palestrante, oficineiro e ministrou cursos de aperfeiçoamento em cenografia, figurino e interpretação. Paralelamente, se dedicou a projetos em mídia digital, ilustração e direção de arte em cinema e televisão, expandindo os limites de sua criação.
Sua obra permanece como legado afetivo e artístico, atravessando o tempo e inspirando a cena cultural.
Despedida
O velório será realizado nesta quarta-feira, 3 de setembro, das 11h30 às 16h30, na Capela do Cemitério Vertical de Curitiba (Rua Konrad Adenauer, 940 – Tarumã).
O Jornal À Cena manifesta solidariedade aos familiares, amigos e colegas de ofício, estendendo seu abraço à comunidade cultural que hoje se despede de um de seus grandes criadores.