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Teatro

“Helena Blavatsky, A Voz do Silêncio” chega a Curitiba com Beth Zalcman

O enredo coloca em cena os diálogos entre ciência, religião, história e filosofia, refletindo sobre a busca pelo conhecimento, a condição feminina e sua força transformadora diante de diferentes épocas.

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Foto: Lucas Pacheco

Após mais de 200 apresentações em diferentes cidades brasileiras, o espetáculo “Helena Blavatsky, A Voz do Silêncio”estreia em Curitiba com duas sessões no Teatro Bom Jesus, nos dias 4 e 5 de outubro. O monólogo, interpretado por Beth Zalcman e dirigido por Luiz Antônio Rocha, parte do texto inédito de Lucia Helena Galvão e traz ao palco a trajetória de uma das figuras mais enigmáticas e influentes do século 19.

O enredo coloca em cena os diálogos entre ciência, religião, história e filosofia, refletindo sobre a busca pelo conhecimento, a condição feminina e sua força transformadora diante de diferentes épocas.

Para o diretor Luiz Antônio Rocha, o resgate do pensamento de Blavatsky se mostra urgente:

“Especialmente em um momento de caos mundial, no qual o fundamentalismo, as tecnologias e as crises políticas e climáticas invadem nossa dignidade com tanta violência. Segundo Blavatsky, o universo é dirigido de dentro para fora, pois nenhum movimento ou mudança exterior do ser humano pode ter lugar no corpo externo se não for provocado por um impulso interno.”

Beth Zalcman destaca os desafios e a dimensão simbólica da personagem:

“Interpretar Blavatsky é mergulhar no improvável, no intangível. Nada mais desafiador para uma atriz do que um texto que demanda extrema sensibilidade, concentração e imaginação, e transporta a plateia para um universo de possibilidades.”

Uma pensadora à frente de seu tempo

Helena Blavatsky rompeu barreiras impostas às mulheres de sua época ao viajar pelo mundo em busca de conhecimento filosófico, espiritual e esotérico. Viveu no Egito, Índia, Oriente Médio e Tibete, onde recebeu ensinamentos de mahatmas que se tornaram base da Teosofia.

Em 1875, ao lado de Henry Steel Olcott, fundou a Sociedade Teosófica, que se expandiu rapidamente pelo Ocidente, difundindo religiões orientais e dando novo fôlego ao ocultismo moderno. Entre seus leitores e admiradores estiveram Fernando Pessoa, Tolstói, James Joyce, Kandinsky, Mondrian, T.S. Eliot, George Bernard Shaw, Stanislavski e Gandhi.

Encenação e proposta cênica

O espetáculo utiliza recursos visuais inspirados no sfumato de Leonardo Da Vinci e em pinturas de Édouard Manet, recriando a atmosfera do quarto de Blavatsky em Londres, nos seus últimos dias de vida. Durante 60 minutos, a personagem revisita memórias, viagens e encontros – entre eles, sua relação com a Índia e o diálogo com Gandhi.

Beth Zalcman, que já havia trabalhado com Luiz Antônio Rocha em “Brimas”, afirma que o processo de criação foi também um mergulho pessoal:

“Blavatsky me fez refletir, me despir de minhas vaidades, de meu mundo contemporâneo de mulher ativa, para poder mergulhar no autoconhecimento, na alma que deixamos adormecida dentro de nós, para assim perceber melhor o outro, a humanidade. Trata-se de um texto belíssimo, um convite à reflexão, que instiga as pessoas a saírem transmutadas do teatro.”

Pela interpretação, a atriz recebeu o Prêmio CENYM de Teatro Nacional 2023 como melhor atriz.

Serviço

Helena Blavatsky, A Voz do Silêncio
4 de outubro (sábado), 20h | 5 de outubro (domingo), 18h
Teatro Bom Jesus – Rua 24 de Maio, 135, Centro, Curitiba

Ingressos: Disk Ingressos
Duração: 60 minutos
Classificação: 12 anos
Realização: Espaço Cênico, Teatro em Conserva e Mímica em Trânsito

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