Show
Entre memórias e guitarras: meu primeiro show do Guns N’ Roses
 
																								
												
												
											por Vanessa Ricardo
Na minha trajetória como jornalista cultural, já estive em centenas de shows, nacionais e internacionais, mas poucos despertam tanta emoção quanto ver, ao vivo, uma banda que marcou momentos da nossa vida. E esse é o caso do Guns N’ Roses.
Eu não vim de uma família musical, daquelas que crescem com discos tocando pela casa. Minha formação musical veio do rádio. Nos anos 90, era fã da Estação Primeira, uma rádio que respirava rock’n’roll. Foi ali que comecei a me apaixonar por esse som nascido do blues.
Nasci nos anos 80, e nos anos 90 me lembro bem da emoção de ligar pra rádio pra pedir as músicas do Guns. Era uma menina apaixonada, amor platônico mesmo por Axl Rose. E, convenhamos, quem da minha geração, dos 40+, não viveu esse amor impossível pelo Axl?
Mesmo o Guns N’ Roses tendo vindo a Curitiba pelo menos duas vezes nos últimos 11 anos, o show desta terça-feira, dia 28, foi o primeiro que consegui assistir.
 E olha… foi por pouco que não perdi de novo!
Apesar de o Jornal A Cena ser um dos poucos veículos dedicados exclusivamente ao jornalismo cultural e ter reconhecimento pelo trabalho sério e comprometido com a arte, não fomos credenciados. Infelizmente, isso tem acontecido com uma certa frequência.
Foi aquela correria de última hora, comprar ingresso nos últimos minutos do segundo tempo, mas deu certo. E valeu cada segundo! Mesmo o Axl Rose não cantando como antes, e seu microfone ser ajustado a cada música, foi sem dúvida um show emocionante. Axl parecia relaxado e curtindo de fato o show.
Quem acompanha a banda, sabe o quando Axl sempre foi exigente com o som, antes mesmo de chegar com a tour pelo Brasil, se irritou com o som do show realizado na Argentina, arremessando o microfone para longe, atitude que o vocalista já teve em outros momentos, como em um show realizado em St Louis em 1991, que após jogar o microfone, falou que iria voltar para casa.
Mas isso não quer dizer que o show em Curitiba não teve falha no som, em um dos momentos mais esperados, no solo de guitarra do Slash na canção “November Rain”, o som ficou péssimo, atrapalhando a execução final da música. Mas afirmo, que apesar de todos os contratempos e problemas com o som em diversos momentos, o show foi para mim inesquecível, muito disso, pela relação que o Guns tem na minha vida desde a infância.
A grande sensação do show, sem dúvida, foi as guitarras. Que prazer indescritível poder ver ao vivo os sets de guitarra de Slash e Richard Fortus — simplesmente impressionantes. Eles são, de fato, gigantes.
Em vários momentos, o público parecia hipnotizado, completamente paralisado, apenas admirando a destreza e a entrega de Slash em cada solo.
O show teve muitos momentos altos, mas um dos mais marcantes foi quando Duff McKagan assumiu o microfone para cantar “So Fine”. Ele continua arrasando no baixo e nos vocais, com a mesma energia de sempre.
E teve também homenagem ao Ozzy Osbourne, o Príncipe das Trevas, que faleceu em julho desde ano, Guns tocou a música Sabbath Bloody Sabbath, celebrando o legado de Ozzy.
O show em Curitiba, com duração de três horas foi uma mistura dos clássicos, que fizeram sucesso entre o final dos anos 80 e 90, como Sweet Child O’ Mine, Welcome To The Jungle, Paradise City, Knockin’ On Heaven’s Door e “Civil War”, com canções do último álbum lançado em 2008 “Chinese Democracy”. A minha única decepção em relação ao repertório, foi não terem tocado “Patience”.
Mas para os fãs ou não de Guns N’ Roses, a banda norte-americana entregou um belo show de rock n’ roll, e foi inesquecível!

 
									 
																	 
									 
																	 
									 
																	