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Teatro

Aqui Amanhã é Outra Imagem da Súbita Companhia de Teatro, rompe a quarta parede e aproxima a plateia dos desafios de fazer e ser teatro

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Por Vanessa R Ricardo 

Apesar de trabalhar como jornalista cultural há mais de 15 anos e durante essa trajetória nunca tive coragem de escrever uma crítica teatral. Mesmo já perdendo as contas de quantos espetáculos tive o privilégio de assistir, nunca “ousei” escrever uma crítica. 

E o não escrever, até pode estar relacionado a uma certa insegurança de não ter conhecimento necessário ao “criticar” uma obra de arte. Até porque na criação de um espetáculo envolve muita pesquisa, estudo, trabalho criativo e esforço. E na minha cabeça a arte não é algo ligada às ciências exatas, que existe apenas uma única resposta viável. O teatro, principalmente o contemporâneo, é como uma obra de arte, criada com o objetivo de transmitir uma mensagem. Mas essa mensagem pode diferir de como chega para mim ou para você. 

Quantas vezes você assistiu algo que gostou muito, e a pessoa ao seu lado não entendeu ou não gostou. Poder ser o lance de repertório, mas também de vivência. Não existe o certo ou errado, o bom ou ruim na arte. O que existe pra mim é o sentir, como aquela mensagem chega. Pensando nisso, decidi dar voz a essa minha escrita, trazer um pouco do jornalismo de antes, onde jornalistas e escritores estimulavam ou não, a vontade do outro em assistir um certo espetáculo, visitar uma exposição ou conhecer um novo artista.

Essa reflexão já estava na minha cabeça há bastante tempo, e como um vulcão em erupção, implodiu um dia depois da estreia do espetáculo Aqui Amanhã É Outra Imagem, da Súbita Companhia. Grupo curitibano que há 15 anos, traz espetáculos memoráveis com uma direção sempre impecável de Maíra Lour. 

No palco do Teatro Novelas Curitibanas – Claudete Pereira Jorge, a Cia apresenta o seu mais novo trabalho. Rompem a quarta parede do teatro, com o ator da capa de chuva ali, sentado na plateia. Um espetáculo que fala sobre teatro, e os desafios de ser e continuar artista, em um mundo novo onde as pessoas olham cada vez mais para as telas de seus smartphones, onde o entretenimento tem apenas 30 segundos de intermináveis vídeos. 

Crédito foto: Maringas Maciel

A atriz dramática, o ator sem cabelo, a atriz muito alta, o ator de capa de chuva e a atriz de vestido de festa, (são assim que são chamados durante o espetáculo), especulam sobre o buraco no teto do teatro, que parece protagonizar muitas das vezes, e me fez questionar sobre o papel do teatro nos dias de hoje e sobre o trabalho do ator. Como continuar a fazer teatro? E para quem fazer?  Muito além de criticar o próprio teatro, a peça trouxe para mim algo como a vida e morte do próprio teatro. E apesar de toda insegurança, do perigo constante, os atores continuam ali, fazendo o que mais amam, e falando sobre Teatro.

Pode ser sobre tudo isso, ou não. Essa foi a minha percepção. Que tal você tirar a sua própria conclusão? O espetáculo da Cia Súbita de Teatro, está em temporada no Teatro Novelas Curitibanas – Claudete Pereira Jorge, até dia 25 de setembro de quarta a domingo sempre às 20h00. A entrada é gratuita, por isso se programe e vá cedo para retirar seu ingresso. 

Serviço:

FICHA TÉCNICA
Direção artística: Maíra Lour
Textos: Súbita Companhia de Teatro
Dramaturgia: Lígia Souza
Elenco: Cleydson Nascimento, Dafne Viola, Helena de Jorge Portela, Pablito Kucarz e Patricia Cipriano
Direção de produção: Gilmar Kaminski
Produção executiva: Záire Osório
Assistência de direção: Anna Wantuch e Vitor Schuhli
Cenário: Fernando Marés
Cenotecnia: Fabiano Hoffmann
Figurino: Isbella Brasileiro
Iluminação: Beto Bruel e Lucri Reggiani
Trilha original e sonoplastia: Rodrigo Stradiotto
Colaboração internacional: Senja Spackman
Operação de luz: Lucri Reggiani
Operação de som: Álvaro Antonio
Design gráfico: Pablito Kucarz
Teaser: Salted Films
Registro audiovisual: Eli Firmeza
Registro fotográfico: Maringas Maciel
Assessoria de imprensa e redes sociais: Platea Comunicação e Arte​

Realização: Súbita Companhia de Teatro e Flutua Produções

Projeto contemplado no Edital de Difusão e Fomento em Teatro – Temporada 2022 da Fundação Cultural de Curitiba.

Vanessa Ricetti Ricardo, jornalista e assessora de imprensa, pós graduada em cinema, desde o início de sua carreira se dedica ao jornalismo cultural. Trabalha como repórter em rádio. Criou em 2013 o Jornal A Cena, onde divulga a arte e a cultura realizada no país.

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