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Música

Protagonismo feminino – Epica e Fleshgod Apocalyse em Curitiba

Publicado

em

Por Paola Galiano

Na noite de 7 de setembro, a Ópera de Arame, em Curitiba, foi palco de uma celebração intensa do metal sinfônico e extremo, com duas apresentações memoráveis: os italianos do Fleshgod Apocalypse e os holandeses do Epica. Mais do que técnica e peso, o que marcou a noite foi a presença magnética das mulheres que comandam, com carisma e talento, o coração dessas bandas.

O Fleshgod Apocalypse é conhecido por sua fusão peculiar entre o death metal brutal e a sofisticação da música clássica. Em Curitiba, eles mostraram por que conquistaram espaço de destaque no cenário mundial: a soprano Veronica Bordacchini, com sua presença marcante e teatral, deu ainda mais profundidade às composições da banda. O grupo ainda arriscou frases em português e manteve uma performance cênica divertida e dinâmica. No bis, o destaque foi a execução de “Blue (Da Ba Dee)”, do Eiffel 65, inicialmente uma brincadeira, mas atendendo ao pedido animado do público, a música virou um momento de descontração e irreverência, reforçando o bom humor da banda.

Já o Epica entregou o que se pode chamar de um espetáculo impecável. A vocalista Simone Simons, ícone do metal sinfônico, fez jus à sua reputação com uma performance lírica poderosa. O público emocionou-se em diversos momentos, principalmente durante um episódio em que um fã cearense conseguiu entregar um presente à cantora. Ele havia escrito cartas para cada integrante da banda e foi ovacionado, gerando um dos pontos altos da noite. Além do destaque vocal de Simone, o Epica reforçou sua força coletiva quando, em vários momentos, a vocalista deixou o palco para que os demais músicos brilhassem. O encerramento foi marcado pela aproximação do público, com o tecladista Coen Janssen descendo para entre a plateia com o teclado em mãos.

Entre a força operática de Veronica Bordacchini e a imponência lírica de Simone Simons, o que se viu essa noite foi uma celebração do feminino no metal: vozes que não apenas acompanham as guitarras, mas as sobrepõem, comandam e dão novas dimensões a um gênero ainda muito marcado por presenças masculinas.

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