Interaja conosco

Música

João Gilberto Tatára: memória viva da cultura paranaense

João Gilberto Tatara não está mais entre nós, mas sua arte permanece, pulsante, inspirando novas gerações de artistas e amantes da cultura.

Publicado

em

por Vanessa R Ricardo

Nesta semana, no dia 15 de setembro, João Gilberto Tatára completaria 79 anos. O artista faleceu em 21 de abril de 2020, vítima de câncer, mas deixou uma obra imensa e uma marca inesquecível na cultura do Paraná.

A Segunda Autoral, movimento que ele ajudou a consolidar e que segue firme mesmo após a sua partida continua reunindo músicos e artistas todas as segundas-feiras para apresentar suas composições autorais. Na última segunda, dia 15, o palco se transformou em espaço de celebração, memória e afeto, em homenagem a esse grande nome da música paranaense.

Tatára foi muito mais do que músico e compositor. Era um verdadeiro agitador cultural: produziu shows, festivais. Nos anos 70 capitaneou o festival Ovolução. Foi amante incansável da arte e da música. Suas composições, que somam cerca de mil canções, são como poesias que atravessam gerações.

Lançou dois discos, o icônico “Jogo de Espelhos”, que em 2007, virou CD, e teve uma temporada de lançamento com sete shows no Teatro Paiol. Em 1980, Tatára lançou junto com Romano Nunes Cabelo, mestre das cordas, o disco “Águas do Futuro”, produzido pelo maestro Waltel Branco.

Escrever sobre ele nunca é simples para mim. Apesar das tantas histórias, a emoção sempre me toma. Tenho uma certeza: se eu não tivesse conhecido o Tatára, no final de 2004, minha vida teria seguido por outros caminhos. Ele abriu um portal para mim. Foi através dele que construí grande parte do repertório cultural que carrego hoje. Tornar-me jornalista cultural e empreender na criação de um veículo como o Jornal A Cena tem muito da sua influência. Sem Tatára, o jornal talvez não existisse da forma que é hoje.

Lembro das noites no bar do Água Verde, na Avenida dos Estados, onde Tatára reunia músicos, poetas e compositores. Ali aprendi a valorizar a produção cultural local, a reconhecer a força da arte feita no Paraná. Vi de perto sua boemia, suas performances, tantas vezes caminhando entre as mesas, declamando poemas, cantando, compondo. Foi lá que presenciei o nascimento da Segunda Autoral, movimento que até hoje mantém acesa a chama que ele ajudou a acender.

E essa chama segue iluminando. Hoje, 19 de setembro, acontece um show especial em sua homenagem no Bardo Tatára, reunindo no palco Diogo Bueno, Fabio Lima, Gil Gabriel e Paulo Ignatowicz, artistas que, cada um a seu modo, carregam e celebram esse legado.

João Gilberto Tatára não está mais entre nós, mas sua arte permanece, pulsante, inspirando novas gerações de artistas e amantes da cultura.

Seja nosso parceiro2

Megaidea